Gushiken admite relacionamento com fundos, não influência
Gushiken, que depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, trouxe um livro de sua autoria sobre o assunto, encomendado pelo Ministério da Previdência, ainda no governo passado. Ele prestou consultoria nessa área desde que deixou de ser deputado em 1998 até ser chamado para a campanha do presidente Lula em 2002.
Amizades
Sobre a afirmação já feita na CPMI pelo ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e ex-diretor da Previ (fundo de pensão do BB) Henrique Pizzolato, de que Gushiken teria "relações estreitas" com o atual presidente da Previ, Sérgio Rosa, o depoente confirmou a amizade com Rosa e disse ter "interesse em saber de tudo o que acontece com os fundos, como um homem de governo", mas negou que tenha sugerido algum tipo de investimento ao fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. "Contrataram a maior empresa de espionagem do mundo para investigar minha vida privada, meu interesse é natural", justificou Gushiken. O ex-ministro teria sido investigado pela empresa Kroll por sua relação com os fundos.
Gushiken confirmou também que sugeriu à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, a nomeação de Wagner Pinheiro para presidir a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. "Dilma e Pinheiro trabalharam juntos no governo de transição, e eu o indiquei porque era um funcionário capacitado", afirmou.
O ex-ministro revelou ainda que havia sugerido ao comitê de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva que não era recomendável aceitar doações do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, porque "a postura ética do empresário poderia ser rompida facilmente". Os fundos de pensão da Caixa Econômica Federal (Funcef), do Banco do Brasil (Previ) e da Petrobras (Petros) compraram do Citigroup ações da Brasil Telecom no valor de R$ 1,3 bilhão. O valor, acima do preço de mercado, garantiria o controle da empresa. No entanto, o Opportunity contesta os fundos pelo direito de controlar a empresa.
Além da Brasil Telecom, o Grupo Opportunity controlava as empresas Telemig Celular, Amazônia Celular e Brasil Telecom. As três operadoras de telefonia depositaram mais de R$ 40 milhões nas contas da agência de publicidade DNA, de Marcos Valério, no Banco do Brasil.Relações com ValérioGushiken afirmou que o esquema de repasse de dinheiro a parlamentares pelas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza funcionou apenas para financiamento de campanha. "Esta não é uma crise de governo, mas um problema sistêmico, que exige a elaboração de novas leis", interpretou. Ele disse considerar "irracional e ilógico", do ponto de vista financeiro, que os empréstimos tomados por Valério tenham tido como caução (garantia) os contratos de suas agências de publicidade com o governo federal. Segundo o ex-ministro, a perplexidade diante dessa hipótese era maior no governo do que no Congresso.Gushiken disse nunca ter conhecido o empresário Marcos Valério, mas considerou "normal" o fato de seu ex-secretário-executivo, Marcos Flora, ter se reunido várias vezes com o empresário, inclusive em Belo Horizonte: "A secretaria tem um contato muito próximo com o mercado de comunicação", alegou.
Licitações
O ex-ministro explicou aos parlamentares as licitações vencidas pelas empresas de Marcos Valério. Segundo ele, a SMPB participou de duas licitações ao longo do Governo Lula e ganhou a dos Correios; a DNA participou de cinco e só ganhou a conta do Banco do Brasil, "que, na verdade, foi uma renovação do contrato anterior". Ele lembrou ainda que a DNA manteve dois contratos iniciados no governo anterior: com a Eletronorte e com o Ministério do Trabalho. Gushiken confirmou que a receita líquida dos contratos de Marcos Valério com a administração federal girou em torno de R$ 20 milhões. Segundo o ex-ministro, a partir da posse do presidente Lula, a secretaria abriu uma conta publicitária própria para fazer a propaganda institucional do governo federal. Em 2004, essa conta foi de R$ 134 milhões, gerida pela empresa de Duda Mendonça. Até então, o governo federal utilizava as contas dos ministérios e dos demais órgãos públicos para realizar essas campanhas. "No Plano Real, a Petrobras e o Banco do Brasil foram usados para a promoção da imagem do governo. Isso motivou inclusive uma crítica do Tribunal de Contas da União a essa prática", lembrou.
As informações são da Agência Câmara.







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1 Comments:
Pois é, Armandinho, o Gushiken tem relacionamentos com os fundos, mas não influência. A sua empresa (ex...sic)Globalprev cresceu porque os novos "donos" são muitíssimo mais competentes.
O "Chininha" é um grandissíssimo cara de pau.
Abraço,
LL
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