Fauzi Suleiman explica aos petistas os motivos da sua saída do partido (Foto: A.A. Anache/Arquivo Pantanal News)O blog publica notícia enviada pela assessoria do empresário Fauzi Suleiman, que deixou o PT e assinou ficha de filiação no PMDB de Aquidauana, cidade situada a 135 quilômetros a oeste de Campo Grande:
O empresário Fauzi Suleiman participou na noite de ontem (28) de uma reunião com a executiva e o diretório do PT de Aquidauana. Ela foi solicitada por Fauzi na semana passada para explicar as razões de sua saída do partido e só não aconteceu antes porque alguns membros da direção do partido participavam da Conferência das Cidades em Campo Grande.
Fauzi justificou a solicitação do encontro alegando que “saía do partido do mesmo jeito que tinha entrado: pela porta da frente” e que se sentia na obrigação de prestar contas de sua decisão de saída do partido ao PT local em razão da solidariedade com que sempre contou por parte dos seus membros."
“Líderes são fracos e despreparados” analisa Fauzi
Ao fazer uma análise da crise que atinge o PT, na reunião em que explicou aos petistas de Aquidauana as razões de sua saída do partido, Fauzi observou que “um movimento político é orientado por várias referências, mas duas delas são essenciais: acúmulo de forças sociais e personalidade dos líderes. Tínhamos as forças sociais ao nosso lado, mas líderes covardes, fracos e despreparados à nossa frente”.
A esse fator Fauzi atribui a derrota imposta ao PT de Aquidauana nas duas últimas eleições e o clima absurdo que, segundo ele, o partido vive hoje a nível regional de não saber sequer se o nome que construiu para ser o candidato a governador permanecerá ou não em suas fileiras. “Apesar de ter sido feito um governo que acertou muito administrativamente; politicamente foi uma catástrofe e o resultado aí está: desagregação, desarmonia, intrigas, desequilíbrio verbal”, disse Fauzi.
Fauzi a petistas: “Crise tem um lado positivo”
Em sua fala aos petistas de Aquidauana ontem, Fauzi ressaltou que “apesar do clima de desespero abafado que muitos de nós viveram e vivem a crise tem um lado positivo ao revelar uma certeza: acabaram-se os donos da verdade. Todos os partidos têm pessoas boas e ruins. E é a partir dessa constatação – simples até – que temos que ter a capacidade de construir uma nova visão política mais generosa, mais democrática e mais consciente de nossas limitações frente à realidade”.
Comentário do blog: Esse modo de atuar do empresário Fauzi Suleiman, no meu modesto entendimento e s.m.j. (salvo melhor juízo), é o correto. Escrevi ontem (28) e postei às 04:12:00 PM (16h12) o artigo intitulado "Delcídio Amaral: Ficar ou não ficar, eis a questão". Nele, falo sobre esses dias de dúvidas em Mato Grosso do Sul, com as notícias que informavam (ou desinformavam) sobre a saída do senador corumbaense e boa-praça e presidente da CPMI dos Correios do partido pelo qual foi eleito em 2002.
Sempre aprendi que, em política, a lealdade está acima de tudo. Companheiro é companheiro e adversário é adversário.
A atitude do empresário Fauzi Suleiman faz com que eu volte ao assunto que toma conta da imprensa em Mato Grosso do Sul nesta semana. A permanência ou a saída do PT do senador Delcídio do Amaral Gómez.
Se existem divergências entre o senador Delcídio e o governador Zeca do PT, que elas sejam tratadas e resolvidas - se for possível - dentro do partido. Ou, pelo menos, entre os dois, numa reunião civilizada.
Porque se a pessoa não está satisfeita dentro de um partido - e eu já fiz isso na política - denuncia o que está acontecendo, caso esteja sofrendo boicotes ou ataques ou seja lá o que for, e sai fora. Caso contrário, passa a impressão, ao público externo, de estar querendo dar uma de "vítima dos mal-educados". Ou, ainda, forçando uma situação limite para, então, pedir para sair como se fosse vítima; mas na realidade "construiu" todo um quadro que possibilitasse esse tipo de "enredo" passado para a opinião pública.
O senador Delcídio tem reclamado, inúmeras vezes, por meio da imprensa, do tipo de tratamento que o governador Zeca do PT dispensa a ele. Mas, afinal, que tratamento é esse? Creio que seria muito para todos que o senador manifestasse, publicamente, que "indelicadezas" são feitas contra ele. Fale claramente. Em bom português, para o povão entender. Não em francês, a língua da diplomacia dos tempos antigos. Sem desconversar.
Caso contrário, pode até mesmo parecer que está em andamento uma operação de barganha junto ao PT, como afirmou ontem , em Campo Grande, o deputado estadual e presidente do PSDB, Waldir Neves. Ele afirmou que "o Delcídio usou o PSDB para barganhar alguma coisa junto ao PT".
Cito, ainda, um exemplo: Quem se filiasse ao PMDB em novembro de 1988, depois da promulgação da "Constituição Cidadã" - como foi batizada pelo líder Ulisses Guimarães, o "senhor Diretas", em 5 de outubro daquele ano - não poderia, de pronto, querer "bater de frente" com o velho e experiente deputado federal, oriundo do glorioso PSD de Tancredo Neves e tantos outros grandes líderes nacionais daquela época. Ulisses era Ulisses e pronto. Tinha uma história e uma tradição de lutas pelas liberdades democráticas. Portanto, "pinto novo no galinheiro" tinha que respeitar, acima de tudo, o grande "galo".
É evidente que, com o tempo e com a militância dedicada e leal, surgem novas lideranças. Isso é natural na história da humanidade e também nos partidos políticos.
Mas de nada adiantaria um jovem, recém filiado ao PMDB - como já disse acima - achar que era mais líder que Ulisses Guimarães. Não era e ponto final. E também não adiantaria ir chorar as mágoas ao então presidente José Sarney, também do PMDB, mas oriundo do PDS (não confundir com PSD).
É bom lembrar que a política não foi feita para os fracos nem para aqueles que, não sabendo o que fazer para evitar uma batalha desde o início tida como perdida, embora possam ser alteradas as intenções de voto do eleitorado com o passar do tempo - enfrentar André Puccinelli (PMDB) na eleição para governador de Mato Grosso do Sul, em 2006 - ficam procurando uma desculpa para não ir para a frente de combate, onde poderão ser alvejados mortalmente.
Já presenciei muitos comportamentos assim na política. Pessoas que não querem enfrentar a batalha e ficam, o tempo todo, forçando situações de confronto não com os adversários, mas com os companheiros de partido para que, ao fim de tudo, passem aos eleitores e à opinião pública a imagem de "purezas da política" que foram o tempo todo "agredidos pelos truculentos que exigiam lealdade a um projeto e a um partido político".
Ora, ora, senhores políticos deste Estado, paciência tem limite!
Já vi esse filme. Antes do "The End" (Fim) a platéia assiste o "mocinho" chorando muito e, educadamente, dizendo para todos que "saio daqui onde estou porque não agüento mais ser chamado de infantil e de bebê chorão por pessoas truculentas que exigiam o tempo todo a minha lealdade".
E, quando as luzes são acesas no interior do cinema, percebe-se que as senhoras idosas, as "moçoilas", as mamães e as doces e queridas vovózinhas estão chorando de emoção. Afinal, o menininho tão simpático e bonito - que toda mamãe gostaria de ter e toda vovó adoraria embalar no colo - chora copiosamente, dizendo: "Não agüentava mais sofrer tantas pressões de 'pessoas rudes' que, o tempo todo, queriam que eu fosse leal."
A pergunta que o povo faz é a seguinte: Vai encarar a disputa do ano que vem ou não? E se não quer encarar, vai dizer claramente que não quer ir para a frente de combate ou vai inventar um "atestado médico" para não ser convocado?
Responda rápido, rápidinho. O povo quer saber. Chega de novela. Basta de embromação.
Espero não ter ofendido ninguém. Aos "mais sensíveis", minhas antecipadas desculpas. Este espaço está aberto a outras opiniões. Não sou nem pretendo ser o dono da verdade. Também não desejo ofender quem quer que seja, embora esteja sempre na minha memória o ensinamento de um grande político deste Estado: "Quem não quer ser criticado, atacado ou contestado, não deve entrar para a política; fique na sua profissão e em casa com a família."
Mas nunca gostei e continuo não compactuando com a construção de situações forçadas e que levam o engodo à opinião pública.
Só isso. Ou tudo isso.