Francis Torres/Pantanal NewsComandante do Batalhão Carlos Camisão, coronel André, recebe a imprensa no Círculo Militar de AquidauanaO comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, coronel André Cézar Siqueira, recebeu a imprensa, para uma entrevista coletiva e café da manhã, no Círculo Militar de Aquidauana.
Ele apresentou o comandante da Companhia de Engenharia Haiti, coronel Riuzo Ikeda, que seguirá para Porto Príncipe, a partir de 18 de novembro, com o 6º Contingente da
Missão de Paz (Minustah) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Coronel Ikeda, com a foto aérea de Aquidauana e Anastácio ao fundo, fala sobre os treinamentos da Companhia de Engenharia HaitiO coronel Ikeda, que já havia concedido entrevista, ao vivo, ao comunicador Almir Santana, na
rádio Independente, explicou como serão os treinamentos dos militares que embarcarão para o Haiti, com o objetivo de apoiar 19 tropas de diferentes países, que integram a Minustah.
"O Haiti, com a presença da Força de Paz da ONU, ficou mais pacífico, mais tranqüilo", disse o coronel Ikeda. Ele explicou que a população de Aquidauana e Anastácio não deve ficar preocupada e nem estranhar as cenas que serão vistas nas ruas e em instalações públicas, pois fazem parte do treinamento dos militares da Companhia de Engenharia Haiti. "Muitas vezes, algumas simulações podem trazer preocupação às pessoas, pois estaremos com militares fardados, portando o nosso armamento normal, o FAL (Fuzil Automático Leve); e também teremos militares do Batalhão Carlos Camisão, de Aquidauana, vestidos com roupas civis e simulando ataques contra os nossos homens", informou o coronel Ikeda.
Integrantes da imprensa de Aquidauana e Anastácio ouvem as explicações do tenente-coronel IkedaEle ressaltou que é preciso fazer essas simulações de pontos de checagem, com revistas de carros e pessoas. "No Haiti, atuaremos em postos de bloqueio e controle de veículos em área urbana, para evitar a atuação de gangues que levam intranqüilidade à população daquele país; também faremos a segurança dos chamados locais de tarefas, onde os militares de Engenharia trabalharão em limpeza e asfaltamento de ruas", disse o coronel Ikeda.
Ele solicita o apoio da população de Aquidauana e Anastácio e ressalta que os treinamentos em área urbana visam dar o máximo de realismo às prováveis situações que poderão ocorrer em Porto Príncipe. "O militar da Companhia de Engenharia Haiti tem que estar preparado para tudo, inclusive ataques durante a execução de um trabalho nas ruas de Porto Príncipe; mas a população não deve se assustar ao ouvir, inclusive, disparos de fuzis automáticos leves; todos estão com munições de festim", explicou o comandante Ikeda.
Perguntei quais são os cuidados adotados pela Companhia de Engenharia Haiti para evitar seqüestros de militares. O coronel Ikeda disse que todos os integrantes da Força de Paz são instruídos sobre esse tema e são proibidos de sair da chamada "Base Charles" durante a noite. "Em caso de um seqüestro, quem assume as negociações é o 'Force Commander', ou comandante da Força de Paz; a ONU assume o comando da situação, com pessoas treinadas para essa tarefa", disse o comandante. Ele destacou que, em Porto Príncipe, os muros da "Base Charles" são muito altos e tem arames farpados na parte de cima, para evitar invasões. "Durante os trabalhos nas ruas, os militares de Engenharia portam todo o equipamento cedido pelo Exército Brasileiro e pela ONU, tais como capacetes azuis, coletes à prova de balas, FAL (Fuzil Automático Leve), munições, cantis com água potável e outros", informou o tenente-coronel Ikeda.
Coronel Ikeda mostra a projeção de uma foto, feita durante treinamento em Aquidauana, simulando um protesto de haitianos contra a presença das tropas da Força de PazEle disse que Aquidauana foi escolhida para ser o local dos treinamentos devido à similaridade do clima quente existente no Haiti. A existência do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, com suas grandes instalações, também contribuiu para a escolha.
Os treinamentos da Companhia de Engenharia Haiti - cujos integrantes estão hospedados no Batalhão Carlos Camisão - seguirão até o dia 9 de novembro, com 150 militares efetivos e mais 50 ou 60 de apoio.
Comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, coronel André, dá entrevista ao vivo ao blogueiro Armando Anache, no "Vermelhinho da Independente"Durante o encontro com a imprensa, o comandante do Batalhão Carlos Camisão, coronel
André Cézar Siqueira, concedeu entrevista ao vivo à rádio Independente. Ele disse, no "Vermelhinho da Independente", que a população de Aquidauana e Anastácio tem contribuído de forma exemplar com os treinamentos da Companhia de Engenharia Haiti. "Solicito, mais uma vez, que as pessoas estejam atentas aos treinamentos feitos nas ruas; não estranhem se avistarem pessoas, em roupas civis, armadas com fuzis automáticos leves e atacando militares fardados, do Exército Brasileiro; esse 'teatro' faz parte dos treinamentos, é uma simulação do que poderá acontecer no Haiti", explicou o coronel André.
Para ele, é preciso que o militar da Força de Paz esteja preparado para enfrentar todo e qualquer tipo de situação de perigo ou enfrentamento que possa acontecer em Porto Príncipe.
Para ler mais, sobre o que já foi publicado no Blog do Armando Anache, sobre a Companhia de Engenharia Haiti e 9º Batalhão de Engenharia de Combate, clique AQUI