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Jornalista Armando Anache (à esquerda) e os promotores José Maurício
de Albuquerque (centro) e Antenor Ferreirade Rezende Neto, no Programa
"Debates"
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Os promotores da comarca de
Aquidauana, Antenor Ferreira de Rezende Neto e José Maurício de Albuquerque, explicaram
ao povo de toda a região “os nefastos efeitos ao combate à criminalidade, à
corrupção e à impunidade no Brasil, caso haja a aprovação da PEC [Proposta de
Emenda Constitucional] 37, conhecida como a ‘PEC da Impunidade’, que trata do
cerceamento do poder investigatório criminal do Ministério Público e de outras
instituições”.
Riscos
Eles falaram sobre os riscos
que toda a sociedade correrá, caso seja retirado do MP o poder de investigar
crimes, principalmente aqueles que envolvem a corrupção política, com desvio e
roubo do dinheiro público.
O promotor Antenor Ferreira
de Rezende Neto disse que não se trata de uma disputa do Ministério Público com
as Polícias Civil e Federal. “O promotor não quer tomar o lugar do delegado de
Polícia, apenas não concordamos em perder o direito à investigação, pois é
graças a ele que o MP pode fazer, em todo o Brasil, ações contra organizações
criminosas”.
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Contra a PEC 37: Promotores defendem a manutenção da atividade
investigatória do Ministério Público, "para o bem da sociedade"
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Prerrogativas
Para o promotor José Maurício
de Albuquerque, é muito difícil para uma pessoa comum procurar um delegado em
um caso, por exemplo, de agressão contra uma pessoa da família, feita por um
policial. “O delegado, infelizmente –e creio que seria muito bom que ele
tivesse essa prerrogativa dos integrantes do MP-, não tem a inamovibilidade,
que garante a ele não ser transferido de uma cidade para outra, conforme
interesses dos seus superiores; por isso, fica difícil atuar em casos que
tratam de corrupção política”, diz Albuquerque.
Operação Parajás
Durante a entrevista ao vivo,
ao jornalista Armando Anache, no Programa Debates, das 11h ao meio-dia, na
rádio Independente, foi citada, como exemplo, a Operação Parajás. Realizada em
Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande, em 27 de setembro de 2012,
pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ela resultou na prisão de cinco servidores da
Prefeitura, que teve o prédio lacrado naquele dia, com a apreensão de
documentos públicos, principalmente aqueles relacionados às licitações feitas
[Leia mais, sobre a Operação Parajá, clicando AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=90323
e AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=90322
e AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=90497]. Os promotores disseram que, dificilmente, um
delegado de Polícia poderia fazer aquele trabalho, sem sofrer pressões
políticas, “ainda mais quando a pessoa investigada, em tese, é do grupo do
governador do Estado e liga a ele”.
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Promotores José Maurício de Albuquerque e Antenor Ferreira de
Rezende Neto afirmam que toda a Operação Parajás foi idealizada e
concretizada pelo GAECO, órgão do Ministério Público que atua contra
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Denúncia
Os dois promotores de Justiça
informaram que, ainda neste mês de abril, o Ministério Público deverá oferecer
denúncia contra os primeiros seis ou oito envolvidos nas supostas
irregularidades praticadas na Prefeitura de Aquidauana, no período de 2009 a
2012. “As provas colhidas por nós, por meio do GAECO, são muito robustas ou,
como disse o meu colega Antenor, ‘escancaradamente robustas e comprobatórias
das p´raticas dos delitos”, disse o promotor José Maurício de Albuquerque.
Ato público
Logo mais, às 19h30, no
auditório da UFMS (Universidade Federal do Estado do Mato Grosso do Sul),
campus I, em Aquidauana, será realizado um “Ato Público” contra a PEC 37, ou a “PEC
da Impunidade”. Os promotores estarão presentes, ao lado de estudantes,
convidados e público em geral. A entrada é franca e haverá uma lista, com um abaixo-assinado
contra a aprovação da PEC 37.
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