Ex-assessora do PT acusa Dirceu de "operar" caixa 2
Ex-assessora financeira da campanha para a reeleição do petista Nedson Micheleti à Prefeitura de Londrina (PR), no ano passado, a secretária Soraya Garcia, 32, disse que o então ministro da Casa Civil José Dirceu levou R$ 300 mil em espécie ao comitê da campanha petista em setembro de 2004. Ela afirmou que a informação lhe foi passada pelo coordenador da campanha de Micheleti, Augusto Dias Júnior, com quem disse que "queria uma acareação".
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar um suposto caixa dois do PT em Londrina após Soraya Garcia procurar a Promotoria Eleitoral dizendo ter havido sonegação de R$ 6,5 milhões nos gastos apresentados pelo comitê financeiro à Justiça Eleitoral.
Em entrevista ontem à Folha, Soraya Garcia também envolveu no suposto esquema o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) e assessores palacianos. Ela disse que a SMPB --empresa da qual o publicitário Marcos Valério Souza era sócio-- contribuiu no segundo turno das eleições municipais de Londrina com a locação de cinco veículos. Segundo Soraya Garcia, a empresa Visatec, que é de um irmão do deputado federal José Janene (PP) e tem contratos com o município, alugou veículos para o prefeito Nedson Micheleti e uma BMW blindada para o então ministro José Dirceu, em sua visita à cidade, em 18 de setembro de 2004.
O chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e sua irmã, Márcia Lopes, secretária executiva do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, também foram apontados pela secretária como participantes do suposto esquema de caixa dois. "Eu ouvi o Jacks Dias [presidente do PT de Londrina] e o Augusto Dias Júnior [coordenador da campanha de Micheleti] comentando que eles ajudavam a resolver problemas de falta de dinheiro", disse.
JOSÉ DIRCEU - "O então ministro José Dirceu veio a Londrina em 18 de setembro do ano passado. Era um sábado e durante a semana todo mundo no comitê financeiro reclamava de dificuldades para pagar contas de campanha. Na segunda-feira [20 de setembro] o comitê tinha R$ 300 mil em caixa. Todo esse dinheiro era em notas de R$ 100 e com lacre do Banco do Brasil. O Dirceu veio em um jatinho particular, chegou às 15h30 e foi embora antes das 17h. O Augusto Júnior disse que o Dirceu tinha trazido o dinheiro. Eu queria uma acareação com o Augusto Júnior para ver se ele tinha coragem de desmentir isso. Fui eu quem acertei os preparativos para a recepção do José Dirceu. Em uma das visitas do Dirceu, ele ainda usou uma BMW blindada, que foi paga pela empreiteira dos Janene, a Visatec."
PAULO BERNARDO - "Na semana que antecedeu ao segundo turno das eleições em Londrina, houve uma reunião. O assunto era a contratação de cabos eleitorais. O Jacks Aparecido Dias disse que tinha reunido 2.000 pessoas que seriam contratadas por R$ 100 ao dia. O André Vargas [deputado estadual e presidente do PT do Paraná] perguntou então ao Paulo Bernardo [na época deputado federal] se o número de cabos eleitorais estava bom e se havia como pagá-los. O Bernardo falou que estava bom e que existia 'lastro' para isso. 'Lastro' era dinheiro. Além dos três, estavam na reunião o Augusto Júnior, coordenador da campanha, e os candidatos a vereador Gláudio Renato Lima [eleito] e Eloir Valença [não eleito]. Eu assisti à reunião, estava separando dinheiro para pagar despesas da campanha."
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