Barcelona fala em ligação de PT e PP com corretora
O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, disse há pouco às comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) dos Correios e da Compra de Votos e à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos que ouviu, em conversas de bastidores do mercado de câmbio, que a corretora Bonus-Banval teria feito operações com o PT e com o líder do PP, deputado José Janene (PR). Segundo ele, a negociação intensa que fez com a corretora em setembro de 2002, para trocar cerca de 2,7 milhões de dólares por reais, poderia ter relação com a busca de dinheiro em espécie pelos dois partidos para financiar campanhas.
A assessoria de José Janene afirmou que o deputado não responderia a acusações inconsistentes. O doleiro disse que em 2002 fez um depósito na conta do PT, mas afirmou não se lembrar de mais nenhum detalhe, como a data exata, o valor do depósito e em nome de quem foi feito.
Acordo com governo
O deputado ACM Neto (PFL-BA) - conforme já noticiado aqui no blog em postagem anterior - pediu ao presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), que entregue a todos os integrantes das três comissões o depoimento de Toninho da Barcelona feito à CPMI dos Correios que foram a Avaré (SP), onde fica o presídio em que o doleiro está preso. Para ACM, é evidente que Barcelona fez um acordo com o governo federal para desmentir as informações dadas naquele depoimento. "Eu lamento pelo deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que foi o único que ficou de fora desse acordo", afirmou, em referência à informação dada pelo doleiro de que seriam feitas trocas de dólares por reais no gabinete de Ribeiro quando ele era vereador em São Paulo.
O assunto motivou uma discussão entre Devanir Ribeiro e Toninho da Barcelona durante a reunião. Segundo Barcelona, um funcionário de sua empresa, chamado Marcelo, levou em vários ocasiões valores que chegariam a quase 100 mil dólares (aproximadamente R$ 230 mil) ao gabinete de Devanir. O deputado disse que nunca viu esse dinheiro em seu gabinete e também negou envolvimento de seu filho, Marcos, com o caso.
Operação da PF
Sobre a operação Farol da Colina, da Polícia Federal, em que Barcelona e vários outros doleiros foram presos, o depoente declarou que, quando a investigação chegou a nomes de autoridades, como o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, os policiais a interromperam e apressaram o envio de documentos sobre os outros envolvidos ao Ministério Público. O depoimento está sendo realizado na sala 3 da ala Alexandre Costa, no Senado.
As informações são da Agência Câmara.
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