Suassuna diz ter sido traído por ex-assessor
Ao negar que tivesse assinado um ofício enviado ao Ministério da Saúde solicitando a transferência de recursos extra-orçamentários destinados originalmente ao seu estado, a Paraíba, para uma instituição do Rio de Janeiro, Suassuna confirmou que a falsificação da sua assinatura havia sido feita por duas funcionárias do seu gabinete. Segundo o parlamentar, que não citou nomes, uma delas teria datilografado o documento e a outra assinado, a pedido de Marcelo Carvalho
- Elas confessaram a falsificação, mas agiram de boa-fé, porque o Marcelo havia dito que era urgente e que eu sabia - afirmou Suassuna, que, em seguida, passou às mãos do relator do seu processo disciplinar, senador Jefferson Péres (PDT-AM), um laudo grafotécnico que comprovaria que a assinatura no ofício não era a dele.
Jefferson Péres estranhou o fato de o senador pela Paraíba não ter exigido uma investigação mais profunda sobre a falsificação de sua assinatura assim que foi informado por uma assessora do Ministério da Saúde de que havia um ofício dele solicitando a transferência de recursos de emendas de uma região para outra. Suassuna explicou que, na ocasião, pediu que Marcelo tomasse as devidas providências para esclarecer a situação. Mais tarde, seu então assessor havia garantido que tudo não passava de um grande equívoco e que não era, portanto, para o senador se preocupar.
Ao responder a uma pergunta do relator, Suassuna disse que conheceu Marcelo Carvalho quando assumiu a pasta do Ministério da Integração Nacional, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Marcelo Carvalho era assessor do órgão. Em 2003, já como senador, decidiu contratar Marcelo Carvalho para o seu gabinete , "pois o trabalho dele era muito elogiado por todos".
- Nunca poderia imaginar que a confiança de um assessor meu pudesse ser quebrada dessa forma. Senti-me traído, mas nem Cristo escapou da traição. Quando soube,demiti Marcelo no ato - destacou Suassuna.
Ambulâncias
Acompanhado pelos três filhos - Diego, Rodrigo e Fabrício - e pela ex-esposa Tânia, Suassuna também esclareceu que sempre fez emendas ao Orçamento visando a compra de ambulâncias para os municípios mais pobres da Paraíba porque as prefeituras careciam de veículos adequados para transportar os doentes para os hospitais das grandes cidades. Disse ainda o parlamentar que chegou a pagar com recursos próprios a compra ou reforma de 82 ambulâncias e que outras 29 foram adquiridas por meio de emendas ao Orçamento da União.
- Dessas vinte e nove ambulâncias, somente catorze foram compradas da Planam e, dessas, onze foram doadas a prefeituras adversárias (de partidos adversários). Para quem já chegou a comprar oitenta e duas do próprio bolso, por que razão eu me sujaria por causa de catorze ambulâncias? - questionou Suassuna.
O senador, que se licenciou do cargo de líder do PMDB quando começou a ser investigado pelo Conselho de Ética, declarou ainda que chegou a ouvir do próprio relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), que ele (Lando) não havia encontrado qualquer prova do envolvimento de Suassuna com o esquema de fraudes, mas que a pressão para incluir o nome do parlamentar paraibano no relatório da comissão era muito grande. No entanto, Suassuna preferiu não responder a pergunta formulada pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE), que quis saber sua opinião sobre se a inclusão de seu nome no relatório havia sido feita apenas por causa dessa pressão.
Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou que espera que as investigações sobre o esquema de fraudes prossigam porque já foram descobertas várias irregularidades em ministérios. Sibá Machado (PT-AC) questionou Suassuna se o seu ex-assessor Marcelo Carvalho tinha poderes em seu gabinete. O senador pela Paraíba respondeu que todos os seus funcionários respondem pelas áreas sob sua delegação.
As informações são da Agência Senado
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