Noite fria e tango: um pouco de Argentina no Festival da integração

Edemir Rodrigues

Cinco jovens argentinos hipnotizaram o público na Praça Generoso Ponce, em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, usando o som e a dança do ritmo que é marca registrada da música portenha. Patrício Sulliván e Grupo Tango deixaram a platéia de olhos grudados no palco, em silêncio só quebrado no acorde final de cada canção, no último passo (sempre surpreendente) de cada dança.

A participação na noite de ontem (18) no Festival América do Sul foi a primeira do grupo no Brasil. “Estávamos um pouco ansiosos sobre a reação do público com uma apresentação musical que não tem canto, só melodia”, confessou no camarim o líder do grupo, Patrício Sullivan, 29 anos. Mas depois do show, o músico era pura satisfação. “Adoramos o calor, a simpatia, a organização”.

O Grupo Tango trouxe para o 4º Festival cinco de seus nove artistas: três músicos e dois bailarinos. Sullivan (charango e ronroco), Maximiliano Mango, 32 anos (bandoneon) e o maestro Fernando Lernoud, 27 (piano) escolheram um repertório que valorizasse o folclore argentino e as várias gerações de compositores. Canções de Mariano Mores, Aníbal Troilo, Osvaldo Pugliese e Astor Piazzolla encheram o ar na noite fria. Para representar os muitos ritmos do folclore argentino, um pouco da agitada chacarera e de zamba - de pronúncia igual, mas ritmo muito mais lento que o brasileiro “samba”.

Para encantamento do público, parte das apresentações de tango uniu música e dança. Os passos marcados de Marcelo Lavergata, 26 anos, e Lucila Bardach, 20, eram pura sintonia com a melodia forte e apaixonada. O entrosamento de cinco anos dançando juntos, a mudança de figurino entre as apresentações, e a coreografia que é quase uma estória fizeram o público entender o sentido de integração proposto pelo Festival. Por uma noite, a Argentina parece ter ficado mais perto daqui.

As informações e a foto são do Notícias.MS