As campanhas políticas, o dinheiro e a hipocrisia
Stanislaw Ponte Preta
O leitor do blog deve meditar depois de ler a frase acima, do grande Stanislaw Ponte Preta, o mesmo que escrevia sobre o "FEBEAPÁ", ou Festival de Besteiras que Assola o País. Darei mais detalhes sobre ele depois.
Mas, leitor atento e preocupado com o bem estar do Brasil, você já parou para meditar, mais uma vez, que quem escolhe os "homens públicos" somos nós, eleitores e eleitoras, brasileiras e brasileiros ?
E quando surgem, como agora, denúncias sobre mensalão, pagamentos de propinas nos Correios, concorrências e licitações forjadas, financiamentos de campanhas com malas de dinheiro que ninguém sabe explicar a origem, e tantas outras coisas tipificadas como crimes, no Código Penal Brasileiro, é a hora de perguntarmos a nós mesmos : "Em quem votei nas últimas eleições ?"
E mais : "O meu voto foi pensando no bem comum da comunidade onde vivo, do Estado e do Brasil, ou foi porque ganhei um sacolão, um saco de cimento, um telhado novo para o 'puxadinho', uma grana para bancar o aniversário de 15 anos da minha filha ou outro 'presentinho' qualquer do candidato a um mandato político ?"
Quem colocou, por meio do voto livre e direto, os "anões do orçamento" na Câmara Federal ?Você se lembra ainda daquele escândalo, que também teve uma CPI - quando o "saudoso" deputado João Alves, da Bahia, disse que Deus o ajudava e ele ganhava seguidas vezes na Loto - e vários mandatos de deputados cassados ?
Afinal, será que é mesmo "muito difícil compatibilizar política e moral", como escreveu Francis Bacon ?
Acredito que, a partir do momento em que se acabar com essa hipocrisia generalizada do financiamento de campanhas políticas - onde até mesmo dinheiro sujo do narcotráfico é utilizado e, em casos mais escabrosos, troca-se o voto por uma "carreirinha" de cocaína ou por uma dose de "pitílio" ou "crack" - o Brasil voltará a caminhar mais rápido rumo ao objetivo comum que toda sociedade e comunidade devem ter : o bem estar de todas as pessoas.
Hoje mesmo, durante entrevista para uma emissora de rádio de Minas Gerais, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), aquele que denunciou o mensalão pago a alguns dos seus colegas deputados, em Brasília, e confessou ter recebido R$4 milhões do PT, para financiar campanhas de candidatos do PTB, disse que "o único partido ainda virgem no país é o PSOL (aquele da senadora Heloísa Helena, de Alagoas, do deputado Babá e outros expulsos do PT), porque existe a menos de dois anos e ainda não disputou nenhuma eleição... Mas não vai resistir".
E o líder da bancada do PTB na Câmara, deputado José Múcio Monteiro, grande empresário de Pernambuco, confirmou nesta quarta-feira que realmente houve o encontro, denunciado por Roberto Jefferson, no qual ficou acertado que o PT doaria R$20 milhões ao PTB.
Será que o Bob Jefferson está errado quando afirma que não existe partido "virgem" ? O que você acha, leitor ?
Afinal, numa campanha política, o candidato não precisa de combustível, de impressos do tipo "santinhos" ou cartazes, folders, produção de programas para o rádio e a televisão, pagamento de cabos eleitorais, aparelhos de som e tantos outros meios auxiliares para levar a sua mensagem até o público-alvo, formado pelos eleitores ?
E de onde vem todo esse dinheiro ?
Já tomei conhecimento de pelo menos um candidato que, depois de meses de campanha política - com a cidade repleta de muros pintados com o seu nome, número e partido a que pertencia - , declarou que nenhum dinheiro havia sido gasto e, portanto, nada havia para ser declarado. Suas contas foram aprovadas.
Conheço pessoas que entraram na política depois de se consagrarem como empresários de sucesso, com muito dinheiro disponível para financiar a campanha. E dá-lhe títulos e "papagaios" nos bancos, cujos gerentes atendem sorrindo na hora de emprestar e, no futuro, caso não haja reeleição, chegam até mesmo a telefonar gritando com os devedores, muitas vezes já não dispondo mais dos grandes patrimônios que tinham antes da entrada na política.
Esses poucos, aves raras hoje em dia, não fazem maracutaias mas, com raríssimas exceções, acabam mais pobres do que quando abraçaram a vida pública ou, em casos mais extremos, inteiramente "quebrados".
Fazendas são vendidas para financiar a primeira campanha. Na segunda, vão-se apartamentos, casas e carros. Na terceira, o patrimônio conseguido em toda uma vida de trabalho sério e honesto desaparece como num passe de mágica.
Então, repito, que se acabe de vez com a hipocrisia, para que todos esses bilhões de reais roubados com a corrupção, possam ser aplicados de fato em obras que proporcionem uma vida melhor ao nosso povo, principalmente àquelas pessoas das classes sociais mais carentes.
E aí, como é que fica ? Ou não fica ?
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