Cine Brasília apresenta : Os suspeitos de sempre e a pizza
O blog (http://aanache.blogspot.com/), cujos artigos são reproduzidos no excelente site Capital do Pantanal, da colega Sylma Lima e sua eficiente equipe - orgulhosamente apresenta, mais um grande sucesso de bilheteria, que volta à tela panorâmica do cine Brasília, com projeção em "cinemascope", ar condicionado perfeito, som "dolby stereo" e "bombonière" abastecida com produtos de fina procedência : "Os suspeitos de sempre e a pizza".
Essa obra de ficção faz lembrar a frase impagável do delegado que, tendo um crime a ser esclarecido num filme, determina aos seus policiais : "__Tragam os suspeitos de sempre!"
Este repórter, com a pequena experiência adquirida nos anos 1970, 1980 e 1990, quando fazia uns "bicos" como gerente, bilheteiro, porteiro, lanterninha, atendente de "bombonière", operador de máquina de passar filmes (ofício ensinado pelo primo mais velho, Antonio Leo e pelo "Gordo") e lavador de banheiros no Cine Anache - auxiliado por Roberto, "Mané" e "Chemã Patron" - assistindo milhares de filmes dos mais variados gêneros, acha incrível a semelhança do roteiro deste sucesso de Hollywood com a situação de crise política vivida pelo Brasil.
Lendo atentamente a revista Veja da semana passada, destaco, além do grande destaque da capa, a reportagem assinada pelos colegas Marcio Aith e Felipe Patury, nas páginas 68, 69, 70 e 71, com o título "E eles querem levar junto os tucanos...".
Parece que "os suspeitos de sempre" não servirão para aplacar a sede da opinião pública, sedenta por cabeças cortadas, depois do escândalo causado pela denúncias do deputado federal Bob Jefferson, o mesmo que revelou que em todas as CPI's (Comissões Parlamentares de Inquértito) há um grande acordo, onde são as escolhidas as cabeças que serão cortadas, ou aqueles que serão cassados.
Explico : o PT e o governo tentam um "acordão" com o alto tucanato de Fernando Henrique Cardoso - o ex-presidente dos gritos de anos atrás "Fora FMI ! Fora FHC !"; o leitor lembra ? - do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, onde está instalada em Belo Horizonte a SMP&B Comunicação, do "carequinha" Marcos Valério; e do ex-governador de Minas e atual senador Eduardo Azeredo, que no seu governo fez contrato com a mesma empresa de Comunicação.
Trocando em miúdos : o governo escolhe, em comum acordo com a oposição, os "suspeitos de sempre" - e a CPMI dos Correios, comandada pelo senador corumbaense e boa praça que sofre "pressão de tudo quanto é lado", por ser "independente demais", Delcídio Amaral (PT-MS) está desmacarando muitos deles - e coloca as suas cabeças à disposição da guilhotina. O PSDB, em troca, ajuda na administração da grave crise. Em troca, recebe a garantia da retirada da linha de tiro, de bicos de tucanos de grande destaque nacional.
O leitor entendeu o raciocínio ?
A grande dúvida fica por conta de um nome que, até agora, era tido como um símbolo : o ex-ministro e atual deputado federal José Dirceu (PT-SP). Aquele mesmo, para quem Bob Jefferson disse : "__Sai daí, Zé. Sai já daí, para não levar ao banco dos réus um homem de bem, que é o presidente Lula!". E Dirceu saiu.
Agora, coincidentemente depois da apreensão dos dólares na cueca de um dirigente petista, no aeroporto de Congonhas, que trabalhava como assessor do irmão de José Genoíno, no Ceará, o presidente do PT também anuncia a sua saída, com lágrimas nos olhos. E esse tem história de lutas e deve ser respeitado por isso. Mas deve explicaçoes à opinião pública, também.
Com todas essas peças do dominó, formado pelo PT e governo Lula, caindo quase que simultâneamente, a grande pergunta que não quer calar é esta : "Os suspeitos de sempre" serão suficientes para aplacar a sede por um país com a corrupção sob controle, do mesmo povo que, respondendo ao "slogan" criado por Duda Mendonça, "Quero um Brasil decente" escolheu "Lula presidente" ?
Para concluir : a mesma Veja informa que o elegante "... ministro Márcio Thomaz Bastos, a pedido de Lula, procurou Fernando Henrique [Cardoso, ex-presidente do Brasil, do PSDB]. Ambos conversaram por quatro horas. Foi uma conversa entre cavalheiros."
Sacaram, leitores do blog ?
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