Elvis, bons tempos, alto estresse e corrupção
O rádio está ligado. É a hora dos sucessos do passado. Passado não tão distante. Com as lembranças das músicas que fazem pulsar mais forte o coração velho de guerra, que não tem mais a mesma força daquele tempo que volta à minha mente. Com o alto estresse causado pela campanha que fiz contra as drogas, no início dos anos 1990, já sofreu três fibrilações. Mas ainda bate. Precisa continuar. Não pode parar. Tenho que trabalhar.
A Rádio Independente leva ao ar, todas as noites, o programa"Bate Coração".
Todos os dias, quando ouço ao lado da minha mulher, aqui na redação, ele bate mais forte.
Volto ao passado, não muito distante, repito. Afinal, o que são 20, 25 ou 28 anos? Como já escrevi aqui, lembrando da velha física, tudo depende do referencial, não é mesmo?
O comunicador lembra do grande Elvis Presley - que morreu há 28 anos, em 16 de agosto de 1977, na sua casa em Memphis, Graceland - e toca "Always on my mind".
Ah, os bons tempos estão de volta.
Sem nada mais do que a música entrando nos ouvidos, viajo no tempo. Bons tempos.
Estudante em Campinas, São Paulo. Vida regrada. Sem abusos. Sem dinheiro sobrando, o que é excelente para a formação do caráter que guiará a vida adulta.
Bons tempos em que um - eu disse um, apenas - copo de vinho na fria noite de Campinas era um "avanço de sinal permitido" muito grande. Ou um - eu disse um, porque o dinheiro só dava para um mesmo - chopp bem gelado no Giovanette. Sempre andando a pé. Carro? Só em sonhos ou, às vezes, numa carona amiga do primo Xandinho - filho do querido tio e grande poeta corumbaense Alceste de Castro e neto do professor Alexandre Aurélio de Castro - ou de algum colega do Pio XII.
Bons tempos.
Não havia "cuecão de couro com dólares dentro"; não havia notícia sobre malas de dinheiro. Também não havia eleição. Pena. Eram os anos 1970.
Sempre imagino, penso, reflito: Por que alguns jovens usam drogas, se basta uma excelente música interpretada pelo Elvis, para fazer um eterno jovem como eu, mesmo com cabelos brancos, viajar de volta no tempo?
Bela música. Grande rei Elvis. Viva Elvis. Ele não morreu. Nós é que morremos um pouquinho a cada dia, acompanhando a derrocada dos velhos sonhos da juventude e das lutas por uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
Afinal, serão mesmo "todos iguais"? Mudam as moscas, mas continua tudo como antes?
Nos tempos de Elvis era melhor, creio. Será que era mesmo, leitor? Acho que sim. Havia algo de inocente no ar, além dos aviões de carreira.
Nunca fui poeta. Nem pretendo. Muito menos intelectual ou literato.
Já é demais querer ser repórter neste Brasil de agosto de 2005.
Saudades do Elvis e da minha velha máquina de escrever portátil Olivetti Lettera daqueles anos 1970, que guardo até hoje.
Aqueles bons velhos tempos estarão "sempre na minha mente, no meu cerébro".
"Always", sempre. Ou, como cantava Demis Roussos, "ever, forever and ever"; sempre, para sempre e sempre.
Acho que é melhor ouvir Elvis. Acompanhe a letra, que transcrevo abaixo:
Always on my mind
(Elvis Presley)
Maybe I didn't love you quite as good as I should have,
Maybe I didn't hold you quite as often as I could have,
Little things I should have said and done,
I just never took the time.
You were always on my mind, You were always on my mind.
Maybe I didn't hold you all those lonely, lonely times,
And I guess I never told you,
I'm so happy that you're mine,
If I made you feel second best,
I'm sorry, I was blind.
You were always on my mind,You were always on my mind,
Tell me, tell me that your sweet love hasn't died,
Give me, give me one more chance to keep you satisfied,to keep you satisfied
If I made you feel second best,
I'm sorry, I was blind.
You were always on my mind,
You were always on my mind.
1 Comments:
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