Serraglio quer repatriação de dólares pagos a Duda Mendonça

O blog publica notícia da Agência Senado, com foto de arquivo de Célio Azevedo:
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse em entrevista, nesta sexta-feira (12), que não é atribuição da CPI "verificar a rigidez das eleições", mas observou as investigações vão avançar "até onde for possível". Ao referir-se aos recursos de "caixa dois" que teriam financiado a campanha do PT em 2002, conforme denúncia feita pelo publicitário Duda Mendonça à CPI, o relator afirmou que os R$ 10 milhões recebidos pelo publicitário "não são mais dele" e devem ser repatriados.
- O crime quem julga é a Justiça, não posso prejulgar e dizer que o crime está comprovado. Mas é uma confissão de que existe dinheiro no exterior e a origem foi de remessa ilegal - afirmou Serraglio, acrescentando que as contas fora do país precisam ser investigadas e que pedir ajuda ao exterior está em cogitação.
O relator também foi ponderado ao dizer que não cabe à CPI dizer se o presidente deve sofrer impeachment ou investigar a origem dos recursos do PT:
- Dizer quais dos recursos que estavam dentro dos cofres do PT eram comprometidos com fundo partidário, quais obtidos por meios ilícitos, quais eram os normais de doações e contribuições de filiados não é objeto da CPI, não porque a gente não queira, mas porque não tem competência para isso. A CPI não é um guarda-chuva nacional de todas as mazelas que aconteceram - sustentou.
Pronunciamento
Serraglio lamentou pelo "pessoal sério do PT", que está num contexto no qual quem tem conduta ilibada de repente vê todo o seu histórico "ruir".
- São muitas histórias que hoje estão sendo postas de lado, de muita gente séria, por causa de alguns irresponsáveis que deveriam estar na cadeia - afirmou.
O relator disse ainda esperar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo pronunciamento à Nação era aguardado para esta sexta-feira, tenha a sensatez de entender que é "a última esperança do povo brasileiro" e que mostre não estar "contaminado com isso tudo".
- Nós confiamos nisso, precisamos confiar que ele não tenha nada com isso e que saiba conduzir esse país varrendo, depurando, porque basta de surpresas - acrescentou Serraglio.