Leia a íntegra do Grito do Silêncio contra o governo Lula
O GloboSÃO PAULO - Ao final do ato promovido nesta terça-feira pela Força Sindical e entidades como OAB e Associação Comercial de São Paulo, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio D´Urso, leu um documento intitulado "O Grito do silência: queremos a verdade!". O documento diz que as investigações da CPI são lentas e confusas, sugerindo que as punições serão lentas. O documento diz que o governo Lula está paralisado há pelo menos quatro meses e acha que a economia será afetada "mais cedo ou mais tarde".
Eis a íntegra do documento lido pelo presidente da OAB defronte o Teatro Municipal.
"O país assiste hoje, estarrecido, à maior crise política de sua história. A cada dia surgem denúncias de graves casos de corrupção no governo federal e no Congresso Nacional. No mesmo ritmo, crescem as suspeitas de que partidos políticos saquearam os cofres públicos, em nome dos governos federal e municipais, para comprar apoio de políticos e partidos, seja para troca de siglas, votações no Congresso, ou financiamento ilegal de campanhas eleitorais. O andamento das apurações de três CPIs é lento e confuso, com risco de punições brandas. É inaceitável que membros do Governo e do Legislativo se esforcem para prejudicar as investigações e assim livrar os principais acusados das merecidas punições. Não faltam denúncias, confissões e documentos para fundamentar inquéritos, processos, julgamentos e punições. Por isso a sociedade brasileira espera das CPIs, do plenário da Câmara dos Deputados, do Ministério Público e da Polícia Federal, que todos os crimes sejam desvendados e os criminosos processados e punidos com rigor, nos termos da lei. O governo está paralisado há quase quatro meses. O Congresso também. Portanto, mais cedo ou mais tarde a economia será afetada. O Orçamento da União não é executado, interrompendo os benefícios dos programas sociais à população mais necessitada. Precisamos de um projeto de Nação e não de tomada e aparelhamento do poder. O país espera o cumprimento de fato de um programa de governo, alterando com segurança a política econômica. Não há outro meio de reduzir os juros, renegociar a dívida pública sem desrespeitar contratos, e executar o orçamento da União com responsabilidade fiscal. Exausta de promessas não cumpridas, a Nação exige transparência e ética na política e nas relações do estado com a sociedade civil. Exige desenvolvimento e emprego. Exige justiça social. Nossa manifestação hoje, na véspera do Dia da Independência, se expressa por um indignado silêncio. O silêncio da vergonha. "
São Paulo, 6 de setembro de 2005."
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