Governo quer implantar programa para prevenir corrupção ligada à política
Brasília – Em entrevista à Radiobrás, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, adiantou que, em 2006, o Ministério da Justiça pretende colocar em prática o Programa de Acompanhamento de Pessoas Politicamente Expostas. Segundo ele, o ministério irá acompanhar pessoas que ocupam altos cargos no governo e aqueles que trabalham em cargos "estratégicos", como em comissões de licitações. A proposta já foi discutida nas edições do Encontro da Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro (Encla). "É uma espécie de vacina contra a corrupção. Muitas vezes, a gente vê casos históricos em órgãos públicos de compra superfaturada, de corrupção, de enriquecimento ilícito por parte do agente público – o que não pode acontecer", ressaltou Barreto. No início do trabalho será feito um levantamento sobre essas pessoas, com dados do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). "Qualquer movimentação bancária suspeita, de patamares mais altos, em nome de pessoas que têm cargos públicos e salários conhecidos, deve ser detectada e investigada", disse. "Às vezes, a oportunidade faz com que a pessoa acabe tendo um desvio de conduta, seja por pressão de uma empresa que esteja fora do governo querendo entrar, seja de tentações naturais que as pessoas não podem sucumbir."
Barreto afirmou que a idéia é que se amplie o controle social sobre as pessoas que trabalham com dinheiro público. "Ela deve ser fiscalizada, monitorada e deve responder pelos seus atos, sem a necessidade de se invocar sigilo a cada momento que uma dúvida surgir", completou.
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