Jornalismo interativo
Jornalismo interativo
Por Luiz Leitão (*)
O jornalismo torna-se cada vez mais interativo, ou seja, os leitores participam da produção do jornal, seja sugerindo pautas, fazendo comentários em blogs ou escrevendo para as seções de cartas e reclamações – esta a forma mais antiga de participação.
No entanto, como articulista, poucos comentários recebo dos leitores, muitos dos quais, presumo, não se dão conta da importância de sua opinião e de uma eventual correção a um erro do artigo. Alguns colunistas e até mesmo o presidente do Supremo, Nelson Jobim, que está fazendo a maior antipropaganda eleitoral contra si, dizem- ou demonstram-, que não estão nem aí para o que a opinião alheia, e um colunista de revista disse que não se importa com o que pensam seus leitores, uma atitude que me parece pouco sábia, desrespeitosa com seu leitorado.
Todos têm como contribuir e nenhum colunista ou articulista é deus para se atribuir o monopólio da verdade.
Penso que todos os que permitem ou pedem que os veículos de comunicação publiquem seus endereços eletrônicos deveriam fazê-lo não com o intuito de aferir a repercussão de seus artigos, mas sim para manter um canal de comunicação com seus leitores.
Responder uma mensagem é obrigação, um ato de consideração para com aquele que se deu ao trabalho de escrever ao colunista, criticando ou elogiando, e já senti na pele o desprezo de muitos jornalistas aos quais me dirigi, que sequer se deram ao trabalho de confirmar o recebimento.
Nesta semana de 4 de dezembro, um colunista desceu o pau em vários colegas e sequer poupou de críticas alguns jornais de grande confiabilidade. De nada serve este tipo de comentário e outras grosserias, como ofender o povo cuiabano, ao afirmar "Eu não dou palestras. Não se trata de um problema moral. É uma questão puramente financeira. Pelas minhas contas, não vale a pena. O dinheiro não compensa. Se alguém me oferece 10.000 reais para dar uma palestra em Cuiabá, penso imediatamente que eu aceitaria pagar 15. 000 reais para não ter de ir a Cuiabá. Fui um jovem muito ambicioso, sobretudo no campo literário. Minha maior ambição, hoje em dia, é jamais, em hipótese alguma, colocar os pés em Cuiabá."Veja nº 1.905 (de 18/5/05)
É preciso respeitar aqueles que defendem opiniões contrárias, e os que propagam mentiras podem ser criticados em público, sim, desde que com observações bem fundamentadas.
Como articulista, peço sempre que o editor publique meu endereço eletrônico (atualmente dois, por garantia) e asseguro aos leitores que desejarem me escrever que ninguém ficará sem resposta, a menos que o e-mail não chegue ao destino, o que não é incomum. Se não obtiverem resposta, por favor insistam, pois certamente será problema da Internet ou do provedor. Pode acontecer também de este que vos escreve estar adoentado, mas se o e-mail chegar a resposta será enviada.
Dos poucos e-mails que recebo, leio introduções como ‘ desculpe-me tomar seu precioso tempo, mas...’. Ora, o tempo do leitor também é precioso e não há nada que me deixe mais feliz do que receber uma mensagem, seja de crítica, seja uma correção, uma dúvida, etc.
Jornalismo é comunicação e entendo este conceito como sendo uma via de mão dupla. Ninguém é tão ocupado que não possa responder a um leitor. Faço apenas um reparo: o endereço eletrônico publicado é exclusivamente dedicado aos leitores e utilizá-lo para mandar mensagens de propaganda é um ato deplorável; há meios menos cômodos e mais eficazes de se trabalhar com vendas. Todo e-mail de propaganda que recebo vai direto para o lixo, e tenho recebido ofertas de ‘cirurgia plástica’ disfarçadas de email pessoal, e até de garotas de programa. Os de plástica, encaminho diretamente para o Conselho Federal de Medicina.
(*) Luiz Leitão
Articulista, Brasil
luizleitao@allsites.com.br
luizmleitao@gmail.com
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