Da maior importância: presidente do Supremo fundamenta decisão no descrédito da mídia
Segunda-Feira, 30 de Janeiro de 2006
Da maior importância: presidente do Supremo fundamenta decisão no descrédito da mídia
21h15, quarta-feira. O Jornal Nacional deu a decisão do Supremo como uma nota passageira, apesar da sua enorme importância, e vai dar ainda muito que falar nos próximos dias. Talvez não tenha dado tempo de a produção viabilizar melhor material do que uma simples nota para informação da maior importância. Em resumo, o presidente do STF (SupremoTribunal Federal), Nelson Jobim, bloqueou o acesso dos parlamentares da CPI dos Bingos a informações garantidas pelo sigilo do amigo do presidente da República e atual presidente do Sebrae, Paulo Okamoto.
Acima de todas as projeções, especulações e confirmações que a decisão da Justiça irá provocar nos próximos dias, principalmente por causa da possibilidade de Nelson Jobim voltar à política, o Contrapauta vai deter-se em uma das aspas da sentença judicial.
A fonte foi a revista Jurídica Última Instância, do UOL, que não incluiu o horário da inclusão da notícia, conteúdo simples que se resolve com a aplicação de um simples recurso Java, mas essa é outra história. O Globo Online noticiou às 20h10. Agência Estado, até 21h46, nada.
O que espanta e interessa esse blog é o trecho da sentença em que o atual presidente do STF fundamenta sua decisão:
“...o acesso da comissão aos dados do presidente do Sebrae, ‘fundamenta-se em notícias veiculadas em matérias jornalísticas, sem sequer indicar um fato concreto que delimite o período de abrangência dessa medida extraordinária’. Segundo o ministro, ‘esta corte veda a quebra de sigilos bancário e fiscal com base em matéria jornalística’.”
"Esta corte veda a quebra de sigilos bancário e fiscal com base em matéria jornalística".
Esta é a frase que resume a credibilidade da imprensa, como instituição, depois de meses de intensa cobertura sobre a corrupção no governo federal. Começou com a célebre cena do ex-diretor dos Correios, Maurício Marinho, embolsando R$ 3 mil. A imagem do rato corrupto foi repetida principalmente pela televisão, em filme fornecido pela Editora Abril (a notícia saíra na Veja) às emissoras de televisão. Daí, a avalanche noticiosa cobriu não só o governo federal, o PT e seus partidos aliados, e inclusive notáveis dos principais partidos de oposição.
Para ler o artigo completo, no "Observatório da Imprensa", clique AQUI
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