Delcídio enfrenta saia-justa
O Estado de S. Paulo (6 de fevereiro) - Uma declaração do presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), causou polêmica na imprensa de seu Estado. No sábado, o site Midiamax (www.midiamax.com) noticiou que Delcídio teria dito, em encontro com 200 funcionários dos Correios no Estado, que o presidente Lula lhe pedira para encerrar as investigações da comissão, para que a campanha eleitoral (tanto a de Lula à reeleição quanto a de Delcídio ao governo de Mato Grosso do Sul) pudesse começar. "Fecha logo esse relatório e vai fazer campanha. Eu também preciso fazer campanha", teria dito Lula, segundo relato do senador divulgado pelo site. Delcídio, porém, negou ontem que tenha feito tal afirmação. O senador explicou que falou aos funcionários dos Correios de Campo Grande de reunião que teve há cerca de três semanas com Lula. Na conversa, Delcídio teria se lamentado do fato de o trabalho na CPI tomar praticamente todo o seu tempo, dificultando a atuação em outras áreas da política. "Não queria ser uma pessoa conhecida apenas pela CPI. Não tenho tido tempo para discutir outros temas nacionais, e isso seria importante para mim", disse ele que, além de presidente da CPI, é líder do PT no Senado.
DE BRINCADEIRA
Em resposta às queixas, segundo o senador, Lula teria dito, "em tom de brincadeira", que ele deveria falar de outros assuntos. "O presidente me disse: 'Delcídio, você tem capacidade para falar de tantas coisas e só fala de CPI. Tem de falar de outras coisas também, porque você é candidato e você é líder do PT'", contou. Segundo Delcídio, na conversa ele também reiterou ao presidente a previsão, já feita publicamente, de que o relatório da CPI dos Correios deve ser apresentado entre os dias 15 e 20 de março. O senador negou que Lula tenha falado sobre sua campanha pela reeleição. "O presidente está em uma situação confortável. Ele tem até junho para definir (se será ou não candidato a um segundo mandato)." O líder petista confirmou, porém, que Lula fez uma avaliação geral do quadro político do País e lhe disse que, apesar do desgaste da crise do mensalão, o PT teria boas chances eleitorais em vários Estados.
Leonardo Goy
Fonte: O Estado de S. Paulo
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