Versão sobre rede de proteção a Palocci é mito, diz Bastos

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reafirmou há pouco que indicou o advogado Arnaldo Malheiros Júnior para a defesa do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ao se reunir na casa do colega de ministério, em 23 de março. O advogado também participou do encontro.
O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), questionou a isenção de Thomaz Bastos nas investigações sobre a quebra ilegal de sigilo do caseiro Francenildo Costa por causa de sua relação com Malheiros. Maia lembrou que o advogado também defende o ex-secretário do PT Silvio Pereira e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Mitologia
O ministro da Justiça insistiu que não atuou como aconselhador na reunião com Palocci, apenas apresentou o advogado para o colega. Thomaz Bastos classificou de "mitologia" a versão de que tentou criar uma rede de proteção ao ministro da Fazenda a partir do Ministério da Justiça.
A prova, segundo ele, é que a Polícia Federal desvendou a cadeia de fatos que levaram à quebra de sigilo. O ministro considerou as acusações um "libelo político", fruto da disputa eleitoral.
Investigações
Bastos observou que pediu à Polícia Federal a abertura de investigações sobre a quebra de sigilo no dia 20, antes da reunião com Palocci. Também no dia 21, solicitou providências ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e informou os colegas de ministério sobre a gravidade da situação, na reunião da coordenação política do Palácio do Planalto. Thomaz Bastos justificou a visita a Palocci do secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, pelo fato de a secretaria ter ligação com os dois ministérios. "Eles tão somente analisaram a possibilidade de investigar uma possível manipualção do caseiro contra o ministro, o que foi rejeitado", afirmou.
Bate-boca
O presidente da CCJ, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), acatou questão de ordem do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que reclamou do "bate-boca" entre o ministro e líderes da oposição. Seixas pediu que fosse respeitada a fala do ministro. O Regimento permite, no entanto, que os líderes partidários façam intervenções de até sete minutos.
As informações são da Agência Câmara, com foto de Edson Santos

A audiência pública para ouvir Thomaz Bastos continua no plenário 1, com transmissão ao vivo para toda a região sudoeste de Mato Grosso do Sul e Pantanal Sul, pela Rádio Independente, em cadeia com a Rede Jovem Pan Sat.