CPMI quer acertar o mensalão
Leia abaixo a notícia :
MENSALÃO NA MIRA DA CPI
por Lydia Medeiros - O Globo
Foto : Agência Senado
DELCÍDIO: "Sempre disse que o futuro desta CPI seria ditado pelos fatos"
Comissão quer ouvir logo Valério por causa de novas denúncias sobre saques milionários
O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse ontem que, diante das novas denúncias envolvendo o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, o calendário da CPI precisa ser revisto e seu depoimento marcado para a próxima semana. Amanhã, antes de a comissão ouvir os depoimentos de Joel dos Santos Filho, Arlindo Molina e Jairo Martins, responsáveis pela gravação que flagrou o funcionário dos Correios Maurício Marinho recebendo propina, haverá reunião com os líderes partidários para analisar a repercussão dos fatos sobre o trabalho da CPI. O depoimento de Marcos Valério vai levar para a CPI dos Correios o tema do mensalão, um assunto que os governistas tentavam manter, por enquanto, fora da comissão. — Sempre disse que o rumo desta CPI seria ditado pelos fatos. Será preciso fazer uma avaliação mais coerente agora. Vamos analisar os requerimentos aprovados e, em função dos novos acontecimentos, montar uma nova agenda — afirmou Delcídio. O depoimento de Valério já tinha sido requerido, mas não fora marcado. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou saques em espécie das contas das duas agência dele, a SMP&B e a DNA, entre junho de 2003 e maio deste ano, que somaram R$ 20,9 milhões, segundo a revista “IstoÉ”. Reportagem da “Folha de S.Paulo” mostra que o patrimônio de Valério foi de R$ 3,8 milhões, em 2002, para R$ 6,7 milhões no ano seguinte. Demóstenes: indícios para bloquear bens Para o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), integrante da CPI, os valores são indícios suficientes para que o Ministério Público peça a indisponibilidade dos bens do publicitário: — Esse deve ser o caminho, para evitar que esses bens migrem ou o patrimônio tenha mudança brusca. O senador vai requerer que a CPI quebre os sigilos fiscal e telefônico de Valério, e também quer analisar os contratos assinados pelas agências com o governo. Segundo Delcídio, os contratos já estão em análise na Controladoria-Geral da União. Na próxima semana, além de Valério, a CPI pode ouvir a ex-secretária do publicitário, Fernanda Karina Somaggio. Sócios da empresa Skymaster também poderão se chamados para explicar contratos com os Correios denunciados por Roberto Jefferson. — Precisamos combinar análise dos contratos com depoimentos dos envolvidos — disse o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ). O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também considera inevitáveis a convocação e a quebra de sigilo de Valério. Segundo ele, a CPI entra num segundo momento depois dos depoimentos desta semana, acertados entre governo e oposição, e será preciso ouvir Valério. — Como o publicitário tem contratos com os Correios e como podemos chegar a essa possibilidade de superfaturamento em licitações, vamos proceder à quebra dos sigilos bancário e fiscal dele — disse. Serraglio espera que na quinta-feira Roberto Jefferson leve à CPI os documentos que diz ter recebido desde que fez as denúncias. Jefferson disse que enviou os papéis à comissão, mas Serraglio não recebeu nada. Em Teresina, o corregedor da Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira (PP), disse que vai pedir prorrogação do prazo por mais um mês para apurar as acusações de Jefferson sobre o mensalão. Ele também vai pedir à segurança da Câmara imagens do circuito interno de TV do prédio para investigar denúncia de que malas de dinheiro teriam circulado na Casa. O deputado disse que a Comissão de Sindicância não ouvirá Lula porque Jefferson o isentou em seu depoimento.
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