Jornal do Brasil: Avalanche de dinheiro chega a R$4 bi
Avalanche de dinheiro
Escândalo que começou com uma propina de R$ 3 mil já chega a R$ 4 bilhões, se forem somadas todas as cifras investigadas
Josie Jerônimo e Paula Barcellos
Apenas três meses depois, um escândalo que começou com uma propina de R$ 3 mil atinge um valor exorbitante: o resultado da corrupção somado nos bastidores de Brasília já chega a quase R$ 4 bilhões. O pagamento de suborno para Maurício Marinho, ex-diretor dos Correios, que desencadeou investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito e o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson no Conselho de Ética, tornou-se apenas um valor simbólico. De lá para cá, já vieram à tona, seja na cueca de José Adalberto Vieira, assessor do irmão do deputado José Genoino (PT-SP), nas contas de Marcos Valério ou na Land Rover de Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT, uma soma que chegaria a R$ 3.997 bilhões.
Com tal montante seria possível comprar 20 milhões de cestas básicas, a R$ 210 cada, e aumentar em 25 milhões os alunos na rede pública de ensino (o governo estima o custo de R$ 160 por estudante). Ou ainda realizar seis jogos Pan-Americanos no Rio, cujo valor está, até agora, em R$ 691 milhões. Sem contar a melhoria na saúde pública: daria para acrescentar 88 mil leitos às Unidades de Terapia Intensiva.
Apenas os saques dos beneficiários das contas de Marcos Valério chegam a R$ 26,074 milhões. O maior realizado pela gerente financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, é de R$ 6,145 milhões. De acordo com a ex-secretária do dono das agências, Fernanda Karina, a gerente seria responsável pela distribuição do dinheiro em Brasília. O segundo saque mais alto, de R$ 4,9 milhões, coube ao policial civil de Minas Gerais David Rodrigues Alves. O deputado federal Josias Gomes da Silva (PT-BA) até agora figura como o único parlamentar a sacar pessoalmente R$ 100 mil.
Ainda das contas de Valério, Glênio Sabbad Guedes, procurador da Fazenda Nacional, beneficiou-se de um depósito de R$ 902 mil no fim de 2003. Mas quem levou a melhor foi o PT: R$ 39 milhões avalizados pelo proprietários das agências de Minas. A dívida, no entanto, pode chegar a R$ 90 milhões com os juros pelo atraso de pagamentos.
Enquanto isso, a população mais carente, estimada em 44 milhões de brasileiros, torce para receber mensalmente os R$ 90 do Bolsa Família. Com os quase R$ 4 bilhões, o ''mensalão'' do Fome Zero poderia ter o valor duplicado ou atender ao dobro de cidadãos.
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