O Globo: O valerioduto do PT
A denominação de "valerioduto", usada pelo jornal carioca, lembra o termo utilizado tempos atrás, quando foi descoberto o chamado "propinoduto", envolvendo à época fiscais do estado do Rio de Janeiro e o tristemente famoso "Silveirinha".
O GLOBO
O valerioduto do PT
Regina Alvarez e José Casado
BRASÍLIA - Sete bancos privados e dois públicos, duas indústrias, duas telefônicas, uma empreiteira e mais seis empresas estatais entraram na mira da CPI dos Correios. Os documentos examinados até agora já indicam a possível trajetória dos recursos que jorraram em abundância para o PT e partidos da base aliada, graças aos esquema criado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Na montagem desse tabuleiro, a CPI trabalha com duas fontes primárias — setor público e privado — de onde sairiam os recursos que abasteceram as contas de Valério. As evidências já levantadas pela comissão indicam que Valério atuou como o tesoureiro de fato do Partido dos Trabalhadores. A movimentação bancária do empresário, de sua mulher e das principais empresas supera R$ 1 bilhão entre 2003 e 2005. O ex-tesoureiro Delúbio Soares admitiu na CPI que o PT mantinha um caixa dois para financiar suas campanhas eleitorais e a dos partidos aliados. A CPI tem cada vez mais indícios de que o esquema servia também para garantir a sustentação do governo Lula no Congresso. Contribuições em troca de benefícios Os integrantes da CPI querem agora avançar na identificação das fontes dos recursos que financiaram o PT e aliados. Suspeitam que empresas privadas usariam as agências de Valério para descarregar contribuições aos partidos — sem comprovantes — em troca de benefícios do governo federal. — A minha convicção é que o dinheiro vinha de várias fontes do governo e do setor privado. O projeto de poder do PT era de longo prazo. E para obter apoio no Congresso e nas campanhas eleitorais os fins justificavam os meios — afirma o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Por enquanto, estão no foco dessa linha de investigação a siderúrgica Usiminas, a Amazônia Celular, a Telemig Celular, a Fiat Automóveis e a Construtora Odebrecht. A Usiminas é cliente da SMP&B e o seu presidente, Rinaldo Campos Soares, mantém uma relação muito próxima com Marcos Valério. O deputado federal Roberto Brant (PFL-MG), que teve um saque de R$ 102 mil identificado pela CPI, disse que os recursos foram uma doação da siderúrgica para a sua campanha eleitoral em 2002. As empresas Telemig Celular e Amazônia Celular, do Grupo Opportunitty, e a Fiat aparecem nas notas incineradas da DNA Propaganda, encontradas na casa do ex-policial Marco Túlio Prata, em Belo Horizonte. A CPI suspeita que essas notas referem-se a serviços de publicidade não realizados. Teriam sido emitidas para justificar o pagamento de contribuições aos partidos. Desafio é identificar origem do dinheiro A Odebrecht também figura entre os clientes da DNA. A CPI investiga uma denúncia de que a construtora poderia ter usado a agência para fazer uma contribuição ao PT em troca de um empréstimo concedido pelo BNDES. — Sem dúvida, o desafio é identificar a origem dos recursos. A movimentação financeira das empresas de Marcos Valério é desproporcional ao faturamento. E os empréstimos transferidos pelas empresas ao PT cobrem apenas uma parte dos saques. Provavelmente a menor parte — afirma o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), recém nomeado sub-relator do sistema financeiro. No alvo da CPI também estão Banco Rural , BMG, Banco do Brasil, Banco de Brasília (BRB), Bradesco, Banco Mercantil do Brasil, Banco Panamericano, Banco Alfa e BankBoston. Por esses bancos transitaram os recursos movimentados por Marcos Valério e suas empresas. A maior parte teria sido repassada aos partidos de acordo com os acertos entre Valério e Delúbio.
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