Os olhos de Delcídio vêem o rastilho da bomba
Sua expressão é muito diferente daquela vista há menos de 10 ou 15 dias. Fiz questão de pesquisar, foto a foto, durante horas, no meu arquivo.
Não tenho muito contato com o senador. Apenas falo com ele profissionalmente. O repórter e o entrevistado. Também não sou remunerado por ele para escrever artigos. Delcídio tem grandes profissionais na sua equipe. Fazem essa função com maestria. Mas o leitor pode prestar atenção em alguns trechos do artigo que Amaral escreveu na edição de 19 de junho, do jornal "O Globo", do Rio: "Como representante, em primeiro mandato, do meu estado, Mato Grosso do Sul, sou obrigado a admitir que estou ainda na fase de aprendizado. Ao mesmo tempo, procuro assimilar algumas das lições consagradas, aquelas que viram verdades na voz do povo, que sempre têm um fundo de razão. Entre elas, por exemplo, a existência, dentro do Partido dos Trabalhadores, da prática que já se convencionou chamar de 'fogo amigo'. Acabo de ser mais uma vítima, talvez a mais recente, desse fogo que se diz 'amigo', mas que tem causado inúmeros problemas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No momento em que assumo a responsabilidade de conduzir talvez a CPI mais importante do Congresso Nacional, sou apunhalado pelas costas, atingido por uma reportagem de alto de página ... com chamada na primeira página, onde se afirma que 'Contratos feitos por Delcídio causaram prejuízos à Petrobras'. Sobre esses supostos prejuízos não cabe falar aqui. Já foram esclarecidos à exaustão pela mídia. O que me leva a ocupar este espaço nas páginas de um jornal com a respeitabilidade do GLOBO é um alerta ao governo do presidente Lula e ao nosso partido. É de toda conveniência acabar, já, imediatamente, com essa história de 'fogo amigo'. Não existe fogo amigo. É fogo. Punhalada pelas costas é punhalada pelas costas (grifo do blog do Armandinho) ... Agora, neste artigo, escrito com a cabeça fria e podendo meditar sobre cada palavra, gostaria de sugerir ao presidente da República que aproveite as modificações que pretende fazer no governo e incluísse nelas uma reavaliação nos critérios que determinaram alguns cargos naquela que é a principal empresa do país. A notícia dos supostos prejuízos, como outras, foi 'plantada', como se diz no jargão das redações. É assunto velho, já explicado, pisado, repisado, batido e rebatido. No entanto, periodicamente, volta à tona, trazido por companheiros do próprio partido. Infelizmente, parece ser verdade uma das máximas que já caiu na boca do povo, pelo menos daqueles que acompanham a política mais de perto: 'O PT não precisa de oposição. A oposição do PT é o próprio PT.'(grifo do blog do Armandinho)."
Voltando à foto do senador Delcídio Amaral, qual será o novo "fogo amigo" desta vez? Como ele mesmo disse no Programa do Jô, "o normal é o tiro vir de fora e não de dentro do quartel", numa referência a esse "fogo amigo" apontado contra ele. Quais as revelações contidas nos documentos enviados pelos bancos à CPMI dos Correios, presidida por ele? O que ele enxerga à sua frente, depois da revelação, feita por Renilda Maria Santiago de Souza, de que o ex-ministro e atual deputado federal José Dirceu teria participado de uma reunião com diretores de bancos para tratar de empréstimos para as empresas do seu marido, Marcos Valério, da SMP&B? Talvez os seus olhos vêem o rastilho da bomba prestes a explodir no Palácio do Palnalto. Talvez não. Quem pode saber? Será que Delcídio Amaral imaginava, naquele momento da foto, o que iria dizer, nesta manhã, aos diretores do Banco Rural, que ainda não enviaram toda a documentação pedida pela CPMI? O mesmo que tem uma simpática agência na Avenida Pena, em Campo Grande. O banco dos grandes saques em dinheiro, feitos por muitos candidatos, para financiar campanhas políticas. Será que Delcídio já havia sido informado sobre a manchete de primeira página do "Jornal do Brasil", do Rio, publicada aqui no blog? Existe uma relação entre o banqueiro Daniel Dantas, dono do Grupo Opportunity e o carequinha Marcos Valério. Dantas, por intermédio de suas empresas de telefonia, depositou mais de R$64,5 milhões para as empresas de Valério. Só isso, leitor.
Será, ainda, que aumentaram os ruídos no telefone celular do senador Delcídio Amaral? Ele já reclamou que poderia estar sendo "grampeado" por "arapongas". Seus ouvidos, acostumados a ouvir o Led Zeppelin, ouvem outros sons depois que assumiu a presidência da Comissão. Talvez, quem sabe, durante o depoimento de Renilda Maria, alguém da família do presidente da CPMI dos Correios possa ter telefonado, avisando que mais pessoas suspeitas estivessem rondando a sua casa e, novamente, a loja da sua mulher, em Campo Grande? Quem sabe? Quem arrisca um palpite, uma opinião?
Olhe para o rosto estampado na foto, leitor do blog. Aí está retratado, com todas as cores, o inferno vivido, a angústia sentida, a dúvida que toma conta do cérebro, pelo que ainda virá lá no horizonte que, certamente, não será tão belo quanto aquele visto em Minas Gerais, terra do empresário Marcos Valério; ou aqui no Pantanal. Delcídio Amaral vive um momento, retratado nesta foto, em que tem sobre os seus ombros a espinhosa e ingrata responsabilidade de apurar o que muita gente já sabia, mas ninguém tinha coragem de falar em público: as maracutaias dos financiamentos de campanhas políticas, a corrupção nas empresas estatais e o pagamento do mensalão a deputados da base aliada do Governo no Congresso Nacional.
Vamos rezar pelo filho de dona Roseli e do também engenheiro como ele, Delcídio, Ramão Gomez.
Afinal, como está escrito no salmo 91 da Bíblia Sagrada, "Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido."
Que ele não seja atingido. Que a sua família seja protegida. O Brasil precisa. O povo, sofrido e espoliado pela corja de corruptos que começa a ser revelada, agradece pela proteção divina.
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