Procuradores apontam obstáculos ao combate à criminalidade
O objetivo da presença deles na CPI é, conforme avaliou o presidente do colegiado, senador Efraim Morais (PFL-PB), o de ajudar os parlamentares a traçar uma rota de trabalho, já que durante anos os procuradores investigaram vários tipos de contravenção relacionados aos jogos e lavagem de dinheiro.
Todos os depoentes manifestaram-se contrários aos jogos de azar. O procurador regional da República José Pedro Taques afirmou que combater o jogo sem levar em conta a prática de lavagem de dinheiro de nada adianta porque, segundo observou, as duas atividades caminham juntas. Ele defendeu uma legislação mais rígida para que o Ministério Público e a Polícia Federal possam cumprir o seu papel constitucional de combate ao crime.
O procurador da República Celso Três, do Rio Grande do Sul, concorda com Taques, mas entende que o país necessita definir se quer ou não ver o jogo em funcionamento. Caso o país opte por rechaçar a jogatina, que classificou como uma "contaminação", Celso Três defende a aprovação de novos instrumentos legais que possibilitem colocar os criminosos na cadeia. Ele lembrou que a atual lei de contravenção "é pífia e não coloca ninguém atrás das grades".
Já o procurador regional da República Ronaldo Meira de Vasconcelos contou sua experiência no combate ao jogo quando trabalhou no estado do Espírito Santo. Ele disse que ficou estarrecido ao constatar que o porto de Vitória era a principal porta de entrada de equipamentos de jogos no país - como máquinas caça-níqueis - e que, de 1998 a 2001, ingressaram em solo brasileiro mais de seis mil equipamentos, com um agravante: a importação foi garantida por força de uma liminar da Justiça. Vasconcelos sugeriu à CPI que solicite à direção de todos os portos brasileiros a lista completa das empresas que importaram equipamentos de jogos a partir de 1998.
Comentário do blog : Acompanhei, nesta manhã, parte da reunião da CPI dos Bingos, pela Globo News. Lembro que o procurador Taques é o mesmo que, em Mato Grosso, trabalhou no caso do "comendador" Arcanjo, preso no Uruguai e acusado de mandar matar o dono do jornal "Folha do Estado", de Cuiabá - que tem como "slogan", depois do crime, "A vida foi o preço da justiça. Rouba-se uma vida, mas não se mata um sonho" - e também envolvido em outros crimes.
Sobre o dinheiro do crime organizado e da contravenção financiando campanhas políticas, o leitor do blog pode reler o artigo de ficção científica "Cine Brasília apresenta : Al Capone e a política", que escrevi na terça-feira (19). Fico perplexo ao vislumbrar algumas "coincidências" entre o mundo do filme de ficção, citado por mim no artigo; e a realidade enfrentada pelos procuradores presentes hoje na CPI dos Bingos.
Mas, voltando ao mundo real, o mesmo jornal que cito acima, o "Folha do Estado", tem esta manchete na sua edição "on line" de hoje :
"Advogados podem estar envolvidos em jogo do bicho
Advogados e outras pessoas influentes podem estar no comando do jogo do bicho na Grande Cuiabá."
Para ler a notícia completa, clique AQUI
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