Simon diz que Lula precisa dar rumo ao governo

O sempre atuante senador Pedro Simon, com grande experiência parlamentar e presença marcante em vários momentos históricos do Brasil, disse nesta tarde que o presidente Lula precisa dar rumo ao seu governo.
Leia abaixo a notícia publicada pela Agência Senado, com foto de J. Freitas :

Simon diz que Lula precisa dar rumo ao governo
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou, nesta terça-feira (5), em discurso no plenário, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa dar um rumo a seu governo. Para ele, a reação da população frente à crise política é de "tristeza e mágoa, mas, mesmo assim, há um sentimento positivo, e não destrutivo, nas pessoas".
- Não vejo na sociedade ninguém que não esteja rezando para que o presidente Lula saia dessa. O que se quer é uma ação do governo - afirmou.
Simon não tem dúvidas quanto à veracidade das recentes denúncias de corrupção, mas disse acreditar que Lula não sabia de nada.
- Mas agora ele sabe, e deve agir. È a oportunidade para montar um novo governo, de governar para a sociedade - acrescentou.
Descrença na classe política
O senador também destacou que as insistentes notícias sobre corrupção não afetam apenas o Executivo, mas também o Congresso. Há, segundo Simon, "uma mágoa generalizada com a classe política".
Nesse contexto, ele afirmou que "a Câmara não vai cometer o absurdo de não criar a CPI da Compra de Votos, mas, se não o fizer, o Senado terá de criar uma comissão mista para investigar o pagamento do mensalão".
- Nós senadores não queremos interferir, porque achamos que é uma questão a ser resolvida pelos deputados. Mas se a Câmara não convocar a comissão, então o Senado terá de fazê-lo - argumentou.
Em aparte, o senador Sibá Machado (PT-AC), confirmou que o presidente da República está "convidando pessoas para formar um novo gabinete". Sibá até concordou com uma das críticas de Simon - de que Lula estaria tomando essa atitude "atrasadamente" -, mas ressalvou que o presidente "sempre aposta nas pessoas que trabalham com ele".
Sibá Machado também concordou com a opinião de que aqueles citados nas recentes denúncias de corrupção deveriam afastar-se de suas funções. Simon defendeu a mesma posição, ressaltando que o afastamento, além de não significar assunção de culpa, permite que o acusado se defenda.