Ato em São Paulo reafirma história do PT
Ataques incisivos contra os que querem destruir o PT e derrubar o governo deram o tom do ato promovido em São Paulo, hoje (26), como parte das manifestações que acontecem em todo país em defesa do partido e do presidente Lula.
Cerca de mil pessoas participaram do ato. Entre as lideranças, estavam o presidente nacional do PT, Tarso Genro; os deputados federais por São Paulo, Arlindo Chinaglia e Devanir Ribeiro; o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Felício; e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP); além de representantes de movimentos sociais, como UNE, CMS e movimento pró-moradia. O ato também teve o apoio do PCdoB.
Organizado pelo diretório municipal, o ato obedeceu aos moldes do velho PT. Não havia telões, banners ou condução gratuita. Segundo Ítalo Cardoso, presidente do diretório, o aparelho de som para que os oradores pudessem falar foi cedido gratuitamente por um antigo militante.
“A manifestação desta noite reafirmou a história do partido. É um recado àqueles que acham que desistimos da luta”, disse ele.
Tarso: “Este é o momento dos fortes”
Já o presidente nacional do PT, Tarso Genro, fez um de seus mais contundentes discursos desde que assumiu a direção partidária. Tarso acusou a oposição de fazer “circo político” para cercear o governo e rebateu a tese da direita, segundo a qual o PT estaria morto.
“Temos vergonha, sim, dos nossos erros, daqueles que saíram da ética partidária. São companheiros que erraram e vão ter de pagar. Mas não é a essas pessoas que são endereçadas as críticas e o circo político (armado em torno da crise). O que eles querem é cercar o governo Lula”, acusou Tarso.
“Este senhores que agora cercam politicamente o nosso governo, são os mesmos que governaram este país por 500 anos e só aumentaram as desigualdades”, avaliou.
Para ele, o PT tem condições de sair fortalecido da crise política. “Este é momento dos fortes, que sabem que a luta pela transformação é cheia de erros, mas também sabem que ela está prenhe de autocrítica e de capacidade de mudança. Eles pensam que o PT está explodido, desmaiado, morto. O PT não está explodido nem desmaiado nem morto. O PT está reorganizando suas forças”, afirmou.
Tarso lembrou que a missão de manter a esperança é de todos os que sempre lutaram por uma sociedade mais justa. “O núcleo central de um projeto de transformação social e política, a arma mais consistente, a força que tem mais energia transformadora é aquela que está na consciência política de cada cidadão, de cada militante”.
Felício: “Não faremos o jogo da direita”
A movimentação contra o PT e o governo não refletem apenas uma disputa política, mas a própria luta de classes, na opinião de João Felício, presidente nacional da CUT.
“Querem desmontar a alma do PT. A mobilização é uma disputa que estamos fazendo com a direita. A luta de classes não acabou”, disse ele, lamentando que o PSTU e PSOL, partidos que se dizem de esquerda, tenham dado “um abraço na direita”.
Felício rebateu o rótulo, colocado pela imprensa, de que as manifestações pró-Lula sejam chapa-branca (oficiais). “O movimento social às vezes tem divergências com o governo Lula, mas sabemos muito bem de que lado estamos. Não vamos derrubar o Lula para fazer o jogo da direita. A CUT não mudou de lado, estamos do lado da população, dos trabalhadores brasileiros”.
Para o dirigente sindical, a oposição jamais derrotará “a história e a alma” do PT. E advertiu: “Para derrubar o Lula, vão ter de passar por cima dos movimentos sociais, dos estudantes, da classe trabalhadora. Se querem guerra, a guerra virá”.
Já Maurício Piccin, vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), disse que a estratégia da direita é desconstruir o PT, e que a tarefa dos que não concordam com isso é a defesa do partido.
“O PT não é um partido corrupto, porque, se punir os corruptos, o PT se fortalece. Nos partidos da direita, se punir os corruptos, os partidos acabam”, frisou.
Chinaglia: “Nosso diálogo é com o povo”
Líder do governo na Câmara, o deputado federal Arlindo Chinaglia lembrou que o PT não nasceu de elaborações teóricas, mas “da necessidade” do povo brasileiro. “É por isso que o PT é inquebrantável. Nosso diálogo não é com o PSDB e o PFL, é com o povo brasileiro”.
Segundo ele, desde o seu nascimento, há 25 anos, muitos diziam que o PT não sobreviveria. “Mas sobreviveu. E sobreviveu porque conseguiu reunir o maior número de pessoas que sonham com um mundo melhor”, disse.
Chinaglia afirmou que, hoje, é mais fácil entender porque, no início da crise, o PT foi contra a criação de uma CPI para apurar um caso de corrupção nos Correios, acusando a comissão de fazer todo tipo de “pirotecnia” para atacar o governo, ao invés de investigar os contratos da estatal.
“Essa é a velha e carcomida direita de sempre, que fez fortuna às custas do Estado e mandava o dinheiro para fora do país. São os de sempre, e vamos enfrentá-los. Vamos continuar enfrentando a direita em qualquer campo de batalha”, afirmou.
Para ele, a crise política não abalou a alma do PT. “Ela está integralmente preservada. Nós não temos o que temer. A idiotia parlamentar não é suficiente para derrubar o governo Lula”, concluiu.
Comentário do blog: O presidente da CUT, João Felício, ao falar em "guerra", causa preocupação. Lembro-me do que ouvi, no fim desta tarde de sexta-feira(26), no noticiário "A Hora da Verdade", na Rádio Independente, em cadeia com a Rede Jovem Pan Sat. O comentarista Carlos Chagas afirmou que o presidente Lula pode estar apostando numa "luta de classes", neste momento de grave crise que assola o país. Ele fazia referência aos discursos feitos por Lula e Ciro Gomes em Quixadá, no Ceará.
Agora, o presidente da CUT, João Felício, diz que "“Para derrubar o Lula, vão ter de passar por cima dos movimentos sociais, dos estudantes, da classe trabalhadora. Se querem guerra, a guerra virá."
É preocupante. Muito preocupante mesmo. Vamos acompanhar, lembrando que nos momentos mais "quentes", é necessário estar com a cabeça mais "fria".
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