Esquerda do PT reúne-se com procurador-geral para defender apuração de denúncias
Brasília – Os parlamentares do PT que se auto-denominam bloco parlamentar da esquerda democrática, reuniram-se hoje com o procurador-geral da República Antonio Fernando Souza. Pediram a apuração total das denúncias de compra de votos e do esquema de financiamento de campanhas eleitorais com recursos não declarados. O grupo é integrado por 19 deputados federais e 23 deputados estaduais e distritais do PT, e foi criado em março deste ano para manifestar publicamente contrariedade com a condução da política econômica do governo federal. Segundo a deputada Maninha (PT-DF), o bloco de esquerda não trabalha por enquanto com a idéia de deixar o PT e fundar um novo partido. Os rumos do bloco, segundo a deputada, serão definidos após o processo de eleições diretas do partido - marcado para o mês de novembro. "Vamos disputar a eleição interna do PT. Se ganharmos, teremos um cenário", disse. Caso contrário, não descartou a possibilidade de sair do partido.Maninha afirmou que a divergência do bloco de esquerda com o Campo Majoritário do PT – ala que comanda o partido desde o início da década de 90 – não está relacionada com as recentes denúncias de "mensalão". "Temos uma divergência com a política econômica, métodos do campo majoritário. Esta crise só agravou a divergência", ressaltou Maninha. O deputado Ivan Valente (PT-SP) disse que os membros do bloco estão dispostos a entregar os cargos de vice-líderes que ocupam na bancada do PT na Câmara. A decisão, no entanto, ainda será submetida à bancada do partido e ao Diretório Nacional do PT. Na próxima sexta-feira (05), às 19 horas (Horário de Brasília), o bloco de parlamentares vai realizar ato público em São Paulo contra a política econômica e a corrupção "em defesa das bandeiras históricas do PT e do socialismo". Participam do ato público os candidatos à presidência do PT, Plinio de Arruda Sampaio e Raul Pont.
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