Genro: "PT tem capital humano para reverter crise"

O blog publica notícia divulgada pelo Portal do PT:
A crise no PT não é irreversível, segundo avaliou o presidente nacional do partido, Tarso Genro, em entrevista ao Jornal da Gazeta na noite desta segunda-feira (8).
Para Tarso, embora o sentimento de perda seja grande, é possível reconstruir o partido. “Em função da estrutura paralela montada com este caixa dois, o partido foi desconstituído publicamente, mas a crise não é irreversível, porque o partido tem capital humano para revertê-la”, afirmou Tarso.
O dirigente reiterou que o PT vai cumprir todos procedimentos internos antes de punir eventuais culpados, ressaltando que agir de maneira contrária seria repetir as mesmas "informalidades" que levaram o partido à situação atual.
“O PT não pode investigar porque não é uma autoridade judicial, mas na medida em que os fatos chegam ao PT, estão sendo avaliados e ocorrerão perdas a longo do processo”, afirmou.
De acordo com Tarso, o partido não está poupando nenhum nome citado, ressaltando que alguns já foram inclusive afastados. Ele lembrou ter encaminhando carta aos citados nas denúncias com fatos concretos, para que apresentem relatórios sobre denúncias.
“A partir das informações apresentadas, teremos uma peça para apresentar à Executiva para que se abra processo ou não no Diretório Nacional”, explicou.
Não há dívida
Acerca de reportagem divulgada pela revista Época desta semana, na qual Tarso é acusado de beneficiar gráficas gaúchas no período em que esteve à frente do Ministério da Educação, o presidente disse que a reportagem possui uma visão forçada, devido ao clima de denúncias.
Ele explicou que, ao fim de uma campanha, os gastos são apresentados ao Tribunal Eleitoral. Se há dívidas, passa a fazer parte do partido. “Portanto, não há dívida de campanha, mas dívida do diretório. As minhas contas foram aprovadas e tenho ainda dívidas no partido que não foram pagas”, destacou.
Outro equívoco apontado por Tarso, na mesma matéria, diz respeito às gráficas que teriam sido contratadas durante o período em que esteve na pasta da Educação. “O ministério não contrata gráficas. É uma infâmia. Quem contrata é a empresa de publicidade que ganha a licitação”.
O presidente também foi questionado acerca de setores no partido que estariam cobrando mudanças na política econômica do governo. Tarso acredita ser difícil ocorrer mudanças na economia. “Seria imprudente. Defendo há muito tempo que deveríamos preparar elementos de um novo modelo com superávit mais modesto e políticas de juros mais ousada, mas nesse momento a economia sofreria danos irreparáveis”.
Questionado acerca do depoimento de José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara, Tarso declarou que o deputado é um quadro competente do partido e que tem direito a defender-se.
“No interrogatório, a pessoa tem o compromisso de dizer a verdade e considero que foi uma defesa bem feita”.
Apoio
Tarso negou que, na reunião de sábado (6) do Diretório Nacional, Dirceu tenha trabalhado contra a proposta que prevê a não concessão de legenda aos petistas que renunciarem agora para evitar eventuais cassações.
Ele lembrou que o próprio Dirceu já se posicionou publicamente contra a renúncia e que a proposta só náo foi votada por falta de quórum. Mas garantiu que será colocada em votação num próximo encontro. “É uma questão ética e política e temos de dar exemplo”.
Faxina
O presidente do PT falou também que o presidente Lula foi “traído” por algumas pessoas nas quais o partido depositou confiança. Contudo, ressaltou que a questão de financiamento paralelo é um problema estrutural e que é preciso fazer uma faxina no Estado brasileiro.
Com relação a um possível pacto entre o governo e a oposição para reduzir o campo de investigações, Tarso reafirmou que, se isso houver, não terá apoio do partido. “O único pacto que pode haver é para votações no Congresso. Qualquer pacto para relevar investigações ou proteger instituições ou pessoas, o PT está fora”.