Jefferson no Pantanal: Resumo para o novo leitor
Na primeira, de 30 de junho, uma pessoa afirma ter visto o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), aqui no Pantanal, em companhia do funcionário dos Correios, Maurício Marinho, flagrado e filmado quando recebia uma propina de R$3 mil.
Na segunda, um amigo do deputado Jefferson diz que ele não esteve aqui no início deste ano.
Percebo que algumas poucas pessoas, por não terem lido anteriormente este blog, desconhecem toda a seqüência dos fatos. Como numa redação, toda história tem início, meio e fim.
A apuração começou depois que li uma pequena nota, em 27 de junho, na Coluna Diálogo, do jornal Correio do Estado, assinada pela jornalista Ester Figueiredo, com uma charge do Éder, e que informava que o deputado fluminense teria estado em Mato Grosso do Sul, "pilotando um jipe azul no Pantanal."
A partir daí comecei a perguntar e investigar aqui na região do Pantanal Sul. Só isso. A pessoa que afirma ter visto o deputado não foi influenciada por mim, em momento algum. Pelo contrário. Tentei contraditá-la e ela manteve a informação.
Então, leitor atento, consulte os arquivos do blog, na coluna aqui à esquerda, e veja o que já foi escrito.
Leia, também, o que já escrevi sobre o "sigilo da fonte" e, mais recentemente, nesta semana, o material que postei, de autoria do também jornalista Cláudio Humberto, sobre o mesmo tema. Na sua coluna de hoje ele fala também sobre pressões que recebe, para que revele sua fonte. Acesse www.claudiohumberto.com.br e leia.
Quanto ao blog, estou prejudicado no tocante à postagem de novas notícias, pois o telefone não quer parar de tocar. Como já escrevi, são os tais 15 minutos de fama. Isso passa logo. Sei como é e não tenho pretensão nenhuma, ok?
Agradeço os comentários postados pelos leitores. A maioria é favorável. Alguns criticam. Todos são extremamente preciosos e bem-vindos. Que bom viver sem censura, não é mesmo?
Quanto à ouvinte do Programa Armando Anache, que apresento desde 1990 - e talvez muitos leitores não saibam disso e muito menos do tipo de formato que ele tem -, que precisava dos colírios para tratar dos olhos, depois de sofrer um glaucoma, tenho uma boa notícia. Os ouvintes da Rádio Independente já conseguiram os R$150 que ela precisava.
Só postei o artigo com a narração do problema porque sempre escrevo sobre temas da atualidade e o leitor habituado a ler o blog sabe disso.
Agora vou sair um pouqinho, pois estão me chamando.
Obrigado pelos acessos, leitores.







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3 Comments:
É isso. Via a democracia e abaixo a censura!!! Liberdade de expressão para todos!!! Todo apoio a seu direito de não revelar sua(s) fonte(s).
Tomo a liberdade de indicar seu Blog no meu, se vc permitir.
Um abraço.
A reação de Roberto Jeferson na CPI, quando o assunto foi colocado pelo Senador Suplicy, é quase uma confissão de que o encontro realmente aconteceu.
Os deuses de Absurdil
Fernando Soares Campos
La Insignia. Brasil, junho de 2005.
- "Fui o primeiro Deus da República Feder-Ativa de Absurdil, eleito pelo voto das urnas populares, depois de o país ter amargado um longo período de ditadura militar e uma obscura transição para a frágil democracia em que se encontra".
PhC respirou fundo, estava retornando à lucidez dos fracos, porém ainda lhe restavam alguns minutos de delírio, o tempo em que o sangue consumiria as últimas partículas da sustância que o mantinha sob a razão dos delirantes.
- "Fui o primeiro Deus da República Feder-Ativa de Absurdil a disputar o pleito eleitoral em dois turnos."
Ele agora conseguia mais claramente lembrar-se do processo eleitoral, sinal de que o efeito da substância praticamente chegara ao fim.
- "Fui o primeiro Deus da República Feder-Ativa de Absurdil a ser deposto do cargo por determinação do Congresso Nacional."
Definitivamente o efeito do alucinógeno cessara, pois ele não gostava de se lembrar disso.
- "Para sobreviver, preciso de um plano."
Aquilo era o mesmo que dizer: "Preciso de mais uma dose", pois PhC já não conseguia arquitetar planos sem o estímulo do seu rapé branco.
Chamou Air Bus, o seu mordomo obeso, e mandou que lhe trouxesse uma nova seringa, um papelote e água benta, pois suas narinas sangravam. Em poucos minutos, estava tudo ali em suas trêmulas mãos. E num instante eterno, o rapé branco diluído em água benta já corria em suas veias. PhC retornou ao seu delírio e já nem se lembrava mais de seu adâmico impeachment. Sabia apenas que precisava se vingar do Deus em exercício. Se não podia voltar ao Paraíso, pelo menos faria um estrago no Olimpo, obrigando seus deuses a se refugiarem no Purgatório, onde ele se encontrava e já se tornara o principal candidato à liderança absoluta daquelas plagas.
Mergulhou na normalidade do seu devaneio psíquico, estava preparado para a elaboração do plano. Pensou em telefonar, mas lembrou-se de que naquela condição poderia se comunicar por telepatia. Ligou-se num dos seus servos de primeiro escalão. Jephe atendeu. Combinaram a trama. No entanto PhC esqueceu-se de perguntar a cotação do dia na Bolsa de Fidelidade, e Jephe não revelou a PhC que há algum tempo vendera parte das ações de sua inescrupulosa fidelidade a PhHC, outro ex-Deus da República Feder-Ativa de Absurdil, o qual também vivia em permanente delírio. Porém o seu caso era conseqüência de uma psicose eufórico-depressiva provocada pela sua frustrada tentativa de se tornar imperador de Absurdil. As negociações de compra e venda da fidelidade de Jephe foram feitas sob tal sigilo que nem mesmo PhHC conhecia todos os termos do contrato. Mas PhHC também tinha um plano para ser implementado com a ajuda de Jephe. Para a felicidade deste, as tramas de seus senhores tinham muito em comum, e todos os comuns convergiam para um só objetivo: vingar-se do Deus em exercício, que havia baixado um Decreto-Lei proibindo atos de corrupção em Absurdil e contava com o apoio dos absurdileiros.
PhC e PhHC enclausuraram-se em suas mansões, de onde comandaram as ações de Jephe.
Jephe assumiu o comando da execução do plano. Ao contrário de um dos seus senhores, Jephe não gostava de alucinógenos. Aliás, Jephe era o próprio alucinógeno. Os videntes o enxergavam como um imenso arbusto verdinho. Jephe vivia distribuindo folhinhas entre os seus protegidos.
Finalmente chegou o Dia D.
Jephe chamou Ara Phonga e, arrancando algumas folhinhas de seus galhos, entregou-as ao capacho dizendo: "Vá até o Post Office e despache essas folhinhas. O endereço está aí. Mas quero com AR".
O plano foi executado conforme as determinações dos seus mentores.
Hoje Jephe anda pelos jardins suspensos de Absurdil seguro de que nada vai lhe acontecer, pois acredita que os ex-Deuses seus senhores estão respaldados pelas graças de God. Tanto que até revelou aos absurdileiros não-videntes que ele é a própria árvore das verdinhas. Mas Jephe está cometendo um pedado capital: a Gula. E quando o Sol parar de iluminar sua copa, Jephe mergulhará na sombra da eternidade.
Contudo, por enquanto, Jephe é um mega star. Vive cantando ópera na porta do Paraíso. Quanto a PhC e PhHC, estes passam o tempo todo ensaiando seus papéis de magnânimos, conclamando os absurdileiros a perdoarem o Deus em exercício, na tentativa de fazê-los crer que os deuses são todos iguais.
Eis a vingança.
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