O Globo: Duda diz que recebeu do PT no exterior e complica Lula
Petistas e valerioduto usaram esquema em paraísos fiscais
Adriana Vasconcelos e Demétrio Weber
BRASÍLIA - O aparecimento do publicitário Duda Mendonça ontem na CPI dos Correios sem aviso prévio e as revelações surpreendentes sobre a existência de uma conta nas Bahamas para receber pagamentos do empresário Marcos Valério de Souza por serviços prestados ao PT caíram como uma bomba no meio político. Após passar dias negando que tivesse recebido qualquer centavo de Valério, o publicitário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002 assumiu o comando do depoimento que seria de sua sócia, Zilmar Fernandes. Entre lágrimas, contou o caminho do dinheiro do caixa dois transferido pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e por Valério para a conta Dusseldorf, que diz ter aberto a pedido do empresário. Dizendo que resolveu acabar com seu pesadelo, Duda contou que, para receber do PT uma dívida de R$ 11,5 milhões das campanhas que fez em 2002, entre elas a do presidente, foi obrigado, em 2003, a abrir uma conta no exterior, na qual foram depositados cerca de R$ 10,5 milhões. Os integrantes da CPI, inclusive os governistas, ficaram perplexos e já listaram os crimes que teriam sido cometidos na operação: lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária por sonegação fiscal, crime contra o sistema financeiro e crime eleitoral da campanha de 2002, que ainda não estaria prescrito. — O que é triste é que a cada dia chega mais perto do presidente Lula — afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Por faxes enviados pela SMP&B Propaganda e divulgados ontem mesmo à comissão, Duda mostrou que os depósitos foram provenientes de quatro instituições: BAC Florida Bank, Banco Rural Europa S/A, Israel Discount Bank of New York e Trade Link. E admitiu ser sorte ter os comprovantes para ratificar sua versão. — Não quero ficar de santinho ou hipócrita. Não tinha mais poder de decisão. Ou abria a conta no exterior ou levava o cano — justificou Duda, admitindo que sabe que terá de pagar pelo seu erro fiscal, mas pelo menos poderá dormir em paz. — Hoje vou conseguir dormir. Daqui para frente o problema é dos meus advogados. Delúbio pediu que não houvesse notas Ao enfatizar sua trajetória profissional, Duda repetiu diversas vezes que só agiu dessa forma porque precisava pagar a seus fornecedores: — Meu dinheiro é limpo. Minha empresa é séria. Não ganho nada ao receber o dinheiro por fora. Para abrir uma conta no exterior, Duda disse que procurou o BankBoston, que teria lhe orientado a criar uma empresa em Bahamas, um paraíso fiscal. Abriu uma offshore batizada Dusseldorf. Em favor dessa empresa Valério teria mandado depositar R$ 10,5 milhões. Duda admitiu que não emitiu notas fiscais relativas aos pagamentos no exterior, nem pelos R$ 1,4 milhão que teriam sido sacados em dinheiro por sua sócia na agência do Banco Rural na Avenida Paulista, em São Paulo, nem pelos R$ 3,8 milhões pagos diretamente pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares ou intermediários.
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