'O PT morreu, e de morte fulminante', diz dissidente
O Estado de S. Paulo (25 de agosto) - Em pleno Fórum Social Mundial, no início do ano, o professor de economia da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Jr., coordenou um processo de desfiliação coletiva do PT. Filho de um dos candidatos à presidência do partido, Plínio de Arruda Sampaio, ontem ele não demonstrou arrependimento. Ao contrário. Ao participar de debate sobre "A crise política e os desafios da esquerda", na Universidade de São Paulo (USP), Plininho, como é chamado, disse que o "PT morreu, e de morte fulminante".E prosseguiu: "O PT desmoronou e refundar o PT seria como imaginar que o Sérgio Naya (ex-deputado,cassado) pudesse levantar agora o prédio (Palace II, construído pela Sersan, de Naya) que desabou no Rio. Seria como imaginar que as torres gêmeas (destruídas no atentado de 11 de setembro) pudessem ressurgir."Ao lado do filósofo Paulo Eduardo Arantes - os dois fizeram com que mais de uma centena de alunos debatessem a crise política no auditório do Departamento de História da USP ontem à noite -, Plininho criticou ainda a postura do presidente interino do PT, Tarso Genro. Argumentou que "falta sinceridade" ao ex-ministro da Educação quando ele sugere que o deputado José Dirceu (PT-SP) retire seu nome da chapa do Campo Majoritário, que disputa as eleições internas da legenda, em setembro próximo."O Tarso recomenda que o Dirceu saia como se isso bastasse; quando, na verdade, 70% da chapa é composta por gente do Zé Dirceu. Isso sem falar no bando do Lula", disse, ironizando a tentativa de Tarso de refundar o PT.Na opinião do ex-petista, a crise não é apenas do PT, mas também da esquerda, dos movimentos sociais, estudantis e até do Movimento dos Sem-Terra (MST). "O miolo da crise é que o Brasil precisa mudar. O PT chegou ao governo sem força política para cumprir os compromissos que assumiu. Como o PT não mudou, o Brasil mudou o PT."
Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de S. Paulo
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