PT teria comprado votos, diz Delcídio
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
Em entrevista publicada ontem no jornal argentino "La Nación", o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que o fundo ilegal armado pela cúpula do PT com o empresário Marcos Valério de Souza pode ter comprado a votação de leis e o "passe" de políticos da oposição para o partido. O senador disse ainda que o presidente Lula pode ter sido enganado por pessoas que o cercam. "As pessoas estão indignadas, estão pedindo um castigo exemplar. De nós [do PT] poderia se esperar ineficiência administrativa, mas não uma crise ética", declarou. Amaral disse também que está passando por uma situação emocional difícil por conduzir uma investigação contra o PT. "Para mim é muito difícil emocionalmente. Além de receber pressões de todos os lados, é muito difícil ver no banco dos réus dirigentes com os quais se fazia campanhas, discursos, com quem se compartilhava a militância", disse. Questionado se Lula sabia da corrupção dentro do partido, o senador declarou que o presidente pode ter sido enganado. "Eu sou membro do partido, líder do bloco de senadores e dirigente e nunca havia ouvido falar deste fundo para pagar políticos ou campanha. Acredito que ele [Lula] pode ter ficado à margem ou pode ter sido enganado por alguém que o rodeia. Lula é um homem íntegro, não acredito que ele tenha tido participação", afirmou. As denúncias contra o governo Lula vêm sendo publicadas com destaque nos principais jornais argentinos, como o "La Nación", o "Clarín" e o "Página 12" desde o início da crise política. Em editorial publicado no último dia 15 de julho, o "Clarín" afirma que é "injustificável" a corrupção no atual governo. "É injustificável e duplamente condenável que aqueles que chegaram ao poder com a promessa de renovar a vida política e limpár-la de seus vícios e áreas escuras terminem caindo nas mesmas práticas", diz o jornal. Já o "La Nación" destacou, também em editorial no mês passado, que a imagem brasileira no exterior é impactada pela crise. "A imagem do Brasil também está sofrendo, num momento em que está empenhado em convencer a comunidade internacional que apóie sua candidatura a um assento permanente na ONU." A pretensão brasileira na ONU é criticada pela Argentina. "Aqueles que querem assumir a responsabilidade de serem membros permanentes (...) devem inspirar transparência", diz o texto.







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