Sócio da Guaranhuns se diz vítima, mas não indica culpados
Em resposta à deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), na CPMI da Compra de Votos, José Carlos Batista, sócio da Guaranhuns Empreendimentos, afirmou que se sente vítima do que está acontecendo, pois até agora foi o único indiciado pela Polícia Federal (supostamente por lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e crime contra o sistema financeiro). No entanto, ele não quis nomear os culpados pela sua situação. Batista mesmo lembrou que as penas, caso seja considerado culpado, podem chegar a 24 anos de prisão. Ele negou que tenha movimentado qualquer valor no Banco Rural e também que seja uma nova versão da “Operação Uruguai”, montada pelo tesoureiro PC Farias para tentar legalizar o dinheiro de caixa dois arrecadado durante a campanha eleitoral do ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Operações com fundos
O deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) questionou o fato de o depoente ter sido selecionado como procurador de uma empresa uruguaia para adquirir a Guaranhuns. O parlamentar destacou que, mesmo sem ter formação superior, sem falar inglês ou espanhol, Batista foi o escolhido. Batista negou-se, mais uma vez, a explicar o fato e também negou que tenha conhecimento das chamadas "operações esquenta-esfria", citadas pelo deputado. Vieira explicou que, nesse tipo de operação, os fundos de pensão compram ativos de baixa liquidez e assumem o lucro e o prejuízo na sua venda. Entretanto, o lucro é repassado integralmente para as corretoras.
Quebra de sigilo
O deputado informou ainda que pedirá a quebra de sigilo das operações financeiras realizadas por Batista e de outras empresas ligadas a ele, ou que ele operaria por meio delas, na Bolsa Mercantil e de Futuros e na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Gastão Vieira lembrou que o ex-tesoureiro informal do PL, Jacinto Lamas, afirmou à CPMI que apresentou José Carlos Batista ao empresário Marcos Valério, e que trocava cheques diretamente com Batista, dinheiro que depois seria repassado para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. “Ou o senhor é um laranja que vai dar suco, ou o senhor está muito bem instruído pelos seus advogados", concluiu Vieira.
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