A Agência Câmara informa que o sub-relator de movimentação financeira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), afirmou nesta manhã que a maioria dos documentos recebidos pela comissão apontam operações que configuram crimes de sonegação fiscal, de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro. Já a análise da documentação referente aos saques de contas bancárias das empresas de Marcos Valério de Souza poderá determinar, segundo Fruet, se houve ou não compra de apoio político. Na avaliação do parlamentar, a hipótese de "mensalão" poderá ser confirmada mesmo que o pagamento a deputados não tenha ocorrido de forma periódica.Análise de documentosAo responder a perguntas feitas por internautas durante bate-papo promovido pela Agência Câmara, o sub-relator informou que a CPMI já deu início à fase de análise dos documentos, mas ressaltou que os depoimentos são necessários para manter a visibilidade da comissão. Fruet destacou também que, atualmente, uma equipe formada por 15 técnicos – sob coordenação de consultores do Banco Central e do Tribunal de Contas da União (
TCU) – trabalha nessa análise em conjunto com entidades como a Receita Federal, o
Ministério Público, a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (
Coaf). Segundo o parlamentar, vai levar de 30 a 60 dias para que apareçam os resultados desse trabalho.Investigação ampliadaEm resposta ao internauta Mauro Pontes, que cobrou da CPMI a investigação dos fundos de pensão, Fruet disse ter solicitado ontem ao Ministério da Previdência uma série de informações sobre os investimentos e sobre o histórico de valores dos fundos, incluindo o volume das aplicações nos bancos BMG e Rural.O sub-relator informou que a CPMI também poderá investigar outras estatais, se for constatado que elas possuem ligação com o esquema apurado; e lembrou que o TCU está realizando uma auditoria em contratos de publicidade por suspeita de desvio de dinheiro público.Questionado pelo internauta Gabriel sobre os recursos entregues por Marcos Valério ao presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), o sub-relator da CPMI disse que não se pode confundir essa operação com aquelas realizadas pelo PT, que se diferenciam pela origem do dinheiro. Segundo o sub-relator, o objetivo da CPMI é investigar a corrupção no atual governo.Sobre um possível envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos casos em apuração, Fruet respondeu que essa questão ainda está em aberto. Ele lembrou, porém, que o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu – acusado de saber das operações – tem reiterado que só agia por ordem do presidente.Expectativa de puniçãoEm relação ao depoimento do publicitário Duda Mendonça, Fruet disse esperar que ocorra pelo menos a indisponibilidade de bens ou a perda, em favor do País, de recursos enviados irregularmente para paraísos fiscais.Já o internauta Renato perguntou ao deputado se o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, estaria sendo omisso ao não denunciar Marcos Valério e o PT. Fruet respondeu que não, por avaliar que as investigações do Ministério Público e do Judiciário exigem cautela. O deputado também ressaltou, em resposta à participante Elis, que a atuação da oposição na CPMI deve estar acima da disputa partidária ou eleitoral.Mais um chat Em razão de uma reunião de urgência com integrantes da CPMI, Gustavo Fruet precisou sair mais cedo da conversa, que durou apenas uma hora e não duas, como é habitual nos chats da agência. A Agência Câmara de Notícias pretende realizar em breve outro bate-papo com dirigentes da comissão.
Confira o chat realizado nesta sexta-feira sobre a CPMI dos Correios Entenda os casos do 'mensalão' e dos Correios
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home