CPI dos Correios apresenta novo relatório parcial na próxima semana
- Começaremos a apresentar o outro lado da CPI, que é a análise documental dos contratos, apesar de muita coisa ainda estar pelo meio do caminho - disse Delcídio.
O relator delegou à CPI a responsabilidade pela possível inclusão, no relatório, do nome do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de ter recebido recursos das agências do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do "mensalão", em sua campanha ao governo de Minas Gerais em 1998.
- Nós não o incluímos no primeiro relatório porque tínhamos um critério: prática de ato enquanto parlamentar. Quem vai decidir se a eleição de 1998 vai ser objeto de investigação, e, portanto, se vai constar do relatório, é o plenário da CPI - explicou.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), membro da comissão, o mesmo tratamento que for dado a Azeredo deverá ser conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Se houver representação contra ele, tem que haver contra o presidente, com maior razão, porque relativamente a Lula, as denúncias de recursos indevidos na campanha eleitoral atingem diretamente a sua candidatura, maculando o seu mandato - afirmou.
Programação
A Sub-relatoria de Movimentação Financeira da CPI dos Correios ouvirá, no dia 13 (terça-feira), a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, e mais dois diretores da instituição. A Sub-relatoria de Contratos fará audiência com os dirigentes da Skymaster e Mauro Dutra, proprietário da Novadata, empresas que prestam serviços aos Correios.
No dia 14 (quarta-feira), é a vez do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken, prestar depoimento. Na semana seguinte, no dia 20 (terça-feira), a Sub-relatoria de Movimentação Financeira ouvirá o sócio e advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino, e dirigentes do BMG, ao passo que a Sub-relatoria de Contratos receberá o ex-diretor dos Correios Maurício Madureira e dirigentes da Beta, outra empresa que presta serviços à instituição.
No dia 21 (quarta-feira), prestará depoimento no plenário da comissão o empresário Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Suas empresas são apontadas como depositárias das contas de Valério.
Para Delcídio, essa nova dinâmica de oitivas em sub-relatorias dará agilidade aos trabalhos da comissão. Pelas contas do presidente, a comissão vai "levantar acampamento" no dia 15 de dezembro. Ele afirmou que não pretende prorrogar o prazo de 180 dias, e que a meta dos próximos três meses será "perseguir a origem dos recursos" que alimentaram o esquema de corrupção.
O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), confirmou, segundo informações da secretaria da comissão, que colocará em votação, na próxima semana, requerimento de autoria do senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC) que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Já a CPI do Mensalão está se dedicando à elaboração de um banco de dados consistente e informatizado, com os documentos recebidos da Receita Federal, das empresas de telefonia, do Banco Central, do Banco do Brasil e de bancos privados, como o Rural e o BMG.
As informações são da Agência Senado, com foto de arquivo do blog (Jane de Araújo/Ag. Senado/19.8.05)
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