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Jornalista (MTb 15083/93/39/RJ) formado pela PUC-RJ em 1987 e radialista (MTb 091/MS)- Produtor de programas de rádio e repórter desde 1975; cursou engenharia eletrônica na UGF (Universidade Gama Filho, RJ) em 1978; formado pelo CPOR-RJ (Centro de Preparação de Oficias da Reserva), 1979, é oficial R/2 da reserva da arma de Engenharia do Exército; fundador e monitor da rádio PUC-RJ, 1983; repórter e editor do Sistema Globo de Rádio no Rio de Janeiro (1985 a 1987); coordenador de jornalismo do Sistema Globo de Rádio no Nordeste, Recife, PE(1988/1989);repórter da rádio Clube de Corumbá, MS (1975 a 2000); correspondente, em emissoras afiliadas no Pantanal, da rádio Voz da América (Voice Of America), de Washington, DC; repórter da rádio Independente de Aquidauana, MS (www.pantanalnews.com.br/radioindependente), desde 1985; editor do site Pantanal News (www.pantanalnews.com.br) e CPN (Central Pantaneira de Notícias), desde 1998; no blog desde 15 de junho de 2005. E-mails: armando@pantanalnews.com.br ; armandoaanache@yahoo.com

quarta-feira, setembro 28, 2005

Delcídio Amaral : Ficar ou não ficar, eis a questão

Indecisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) causa insatisfação em políticos do seu partido e do PSDB (Foto: Arquivo do blog/Agência Senado/26.7.05)

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) tornou-se uma incógnita em Mato Grosso do Sul e no Brasil. Ele foi eleito senador pelo Partido dos Trabalhadores. O primeiro senador do PT de Mato Grosso do Sul. Esse foi um dos "slogans" da sua campanha.
Em 1998 ele tentou lançar a sua candidatura ao Governo, pelo PSDB. Foi preterido e quem disputou com Pedro Pedrossian (PTB) e Ricardo Bacha (PSDB) foi o deputado estadual Zeca do PT, tido como "azarão no páreo" e que ganhou do favorito - tinha 45% das intenções de voto no início da campanha -, o ex-governador Pedrossian e disputou e venceu o segundo turno, quando derrotou o tucano Bacha.
Em 2002, Zeca do PT foi candidato à reeleição e ganhou. O principal adversário, André Puccinelli (PMDB) desistiu da disputa. Quem enfrentou a campanha política foi a deputada federal Marisa Serrano (PSDB). Perdeu a eleição para o Governo de Mato Grosso do Sul e o mandato em Brasília, onde se destacava com o seu trabalho sério e eficiente.
Delcídio Amaral filiou-se ao PT e tentou uma vaga ao Senado. Concorriam com ele o ex-governador Pedro Pedrossian (PTB) e o senador Ramez Tebet (PMDB). Delcídio era o último colocado nas pesquisas de intenção de voto e terminou a eleição eleito, juntamente com Ramez Tebet.
O PT conseguia eleger o seu primeiro senador em Mato Grosso do Sul. Um feito histórico.
Delcídio Amaral é de Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia. Mas estudou em São Paulo e fez carreira, como engenheiro eletricista, em companhias estatais de geração de energia.
Nas eleições municipais de 2004, Delcídio resolve enfrentar o governador Zeca do PT. Em Corumbá, o senador lança a candidatura do vereador Marcos de Souza Martins, o Marquinhos; que era filiado ao PL e transferiu-se para o PT. Não era um "petista histórico", portanto.
Zeca tinha outro candidato. Era o fiscal de rendas Ruiter Cunha, do PT e ligado ao secretário Paulo Duarte, também do PT. Ambos corumbaenses de nascimento.
No enfrentamento, Zeca do PT ganhou e garantiu a candidatura de Ruiter Cunha, que foi eleito e hoje é o prefeito de Corumbá. Deverá apoiar Paulo Duarte, numa possível candidatura a deputado estadual em 2006; e Zeca do PT ao Senado.
Atualmente, o vereador reeleito Marquinhos (PT) é o presidente da Câmara de Corumbá e convive muito bem com o prefeito Ruiter Cunha (PT).
Chegamos a setembro de 2005. O prazo previsto em lei para as novas filiações partidárias e trocas de partidos por pessoas que pretendam concorrer a cargos eletivos no ano que vem termina na sexta-feira (30).
E aí começam as dúvidas relativas à permanência ou a saída do senador Delcídio Amaral do PT.
O governador Zeca do PT sempre afirmou, em entrevistas e em discursos, que o seu candidato ao Governo do Estado é Delcídio. Ao mesmo tempo, observa-se uma movimentação de Delcídio Amaral. Ele passa a freqüentar casas de pessoas de outros partidos, adversários históricos do PT. Ontem (27) mesmo, esteve reunido com a vice-prefeita de Campo Grande, Marisa Serrano (PSDB); que estava com o deputado estadual Waldir Neves e o ex-prefeito de Maracaju, Reinaldo Azambuja. Todos tucanos. Azambuja foi coordenador da campanha de Marisa Serrano ao Governo do Estado, em 2002. Waldir Neves é um dos líderes da oposição feita ao governador Zeca do PT na Assembléia de Mato Grosso do Sul.
No fim de semana, Delcídio Amaral reuniu-se - e todas essas reuniões foram confirmadas ao blog pela sua assessoria, em Campo Grande - com o prefeito de São Paulo, José Serra. O tucano disputou com Luiz Inácio Lula da Silva a Presidência da República em 2002.
Ontem (27), alguns veículos da imprensa em Mato Grosso do Sul publicaram "on line", na internet, notícias que davam conta da filiação de Delcídio Amaral no PSDB.
De Brasília, pessoas telefonavam para o estado, confirmando a filiação.
Delcídio Amaral permanecia em silêncio. Sua assessoria, aqui no estado, informava que "o senador está dando gargalhadas devido a tudo isso que está sendo publicado e confirma que só irá falar oficialmente na sexta-feira (30); quando anunciará se permanece no PT ou se vai para outro partido."
Ora, o senador Delcídio Amaral é maior de idade e, para chegar onde chegou, pode ser tudo, menos "politicamente inocente". Para usar um termo mais forte, com todo o respeito que ele merece: Bobo ele não é.
No entanto, o senador petista freqüenta outros "ninhos". Alguns, como o tucano, demais estranhos para alguém do PT.
O que quer o senador? Permanecer na mídia? Ser badalado na imprensa? Ter lugar garantido nas primeiras páginas dos jornais? Ser manchete nas emissoras de rádio e televisão? Ou nos "sites" e "blogs" de notícias em tempo real?
É evidente que existe uma manobra em andamento. Só não percebe quem não quer. Delcídio é inteligente. Afinal, é senador da República.
Mas, muito cá entre nós, existem princípios que devem ser levados em conta na política. Um dos principais é a lealdade aos companheiros.
Se o senador Delcídio Amaral acha que está sendo traído por alguns integrantes da cúpula do PT em Mato Grosso do Sul - e ele já falou sobre esse tema em várias entrevistas -, já passou da hora dele colocar tudo em pratos limpos. A opinião pública merece que tudo seja feito de forma transparente.
Do outro lado, integrantes da cúpula do PT, ligados ao governador Zeca, têm declarado que o senador não deveria ficar freqüentando outros partidos, em constantes reuniões. Agora mesmo, depois da reunião de ontem (27) realizada entre Delcídio e a cúpula tucana de Mato Grosso do Sul, há uma grande insatisfação dos setores mais à esquerda do PT. Eles acham que essas reuniões de Delcídio já configuram uma traição ao PT.
Em Brasília, o senador permanece em silêncio, aumentando o mistério sobre a sua permanência no PT.
Conversei há pouco com o seu segundo suplente, o vereador de Aquidauana Ordalino Cunha (PT), que está na cidade de Caracol, em Mato Grosso do Sul. Ele repete as mesmas palavras de ontem (27), já publicadas em entrevista aqui no blog: "O senador Delcídio permanece no PT e será candidato a governador de Mato Grosso do Sul."
O assessor do senador, em Mato Grosso do Sul, jornalista Cadu Bortolot, informa ao blog que "não existe nenhuma novidade em Brasília; o senador não confirma que fica no PT nem informa se irá se filiar a outro partido e por isso não foi divulgada nenhuma nota oficial."
De Brasília, o enviado especial do site Midiamax News, de Campo Grande, informa que Delcídio Amaral fica no PT.
O deputado federal Vander Loubet (PT), sobrinho do governador Zeca, diz ao site Midiamax News que o senador Delcídio "está sendo infantil". Este responde afirmando que "vindo do Vander, isso é um elogio."
Este é o clima vivido em Mato Grosso do Sul. Ouvindo vários políticos, ainda não consegui chegar a uma conclusão lógica. Afinal, se Delcídio é do Partido dos Trabalhadores e preside, em Brasília, uma importante CPMI, que dá a ele grande projeção nacional; isso se deve ao PT. Não fosse Delcídio Amaral um senador do PT, e certamente não teria sido escolhido para presidir a CPMI dos Correios.
Fala-se que a política é a arte de negociar. Na política, faz-se a conciliação daquilo que, antes, era tido como inconciliável.
Resta saber quais são os fatores que o senador Delcídio Amaral tenta conciliar neste momento gravíssimo vivido pelo Brasil, assolado por uma crise sem precedentes.
É hora de se pensar menos nas próximas eleições e mais nas futuras gerações, como já disse o grande estadista em tempos passados.
Que chegue logo a sexta-feira, 30 de setembro. Este blog não gosta e não pretende fazer "jornalismo de adivinhação" ou, ainda, "jornalismo de plantação de notícias falsas".
Aguardo um fato, que irá gerar uma notícia: Delcídio fica ou Delcídio não fica no PT.
Esta é a grande pergunta e a grande dúvida que será respondida no dia 30.
Cabe ao senador corumbaense responder. O resto é "balão de ensaio" ou "notícia plantada" por aqueles poucos que não têm compromisso com o jornalismo, mas sim com o "jabalismo".