Delegados garantem que Celso Daniel não foi assassinado por encomenda
O prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, não foi assassinado por razões políticas. A garantia foi dada nesta quarta-feira (14) pelos delegados Armando Oliveira Costa e José Mazi em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. Os dois delegados foram indicados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia de São Paulo para investigar a morte de Celso Daniel, ocorrida em janeiro de 2002.Tomando por base laudos técnicos, os delegados informaram que Celso Daniel foi brutalmente assassinado com oito tiros à queima-roupa, "não por encomenda", mas após ser vítima de extorsão, seqüestro comum, seguido de morte. Segundo eles, os autos do inquérito - que somam 1.400 páginas - indicam que Celso Daniel sequer sofreu qualquer tipo de tortura, com o propósito de ser obrigado a contar tudo o que sabia sobre supostos esquemas de corrupção em andamento na Prefeitura de Santo André. Esses esquemas seriam denunciados por ele, conforme revelou seu irmão, João Francisco Daniel, que depôs semana passada na CPI dos Bingos.
De acordo com João Francisco, o suposto pagamento de propina na Prefeitura de Santo André, que envolvia principalmente empresas de ônibus, tinha, inclusive, o conhecimento de Gilberto Carvalho, atual chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na época trabalhava como assessor na Prefeitura de Santo André. Gilberto deverá depor na CPI dos Bingos, em sessão secreta, nesta quinta-feira (15), a partir das 11 horas (horário de Brasília).
Gilberto Carvalho teria contado a João Francisco, após a morte de Celso Daniel, que o ex-prefeito tinha em mãos um dossiê que denunciava todo o esquema de corrupção, e que iria divulgar o teor do documento. Por isso, disse João Francisco, seu irmão foi assassinado. Segundo João Francisco, o esquema tinha como principal mentor o então secretário de Obras, Klinger de Oliveira Souza, com apoio do empresário Ronan Maria Pinto e de Sérgio Gomes da Silva - o Sombra - responsável por toda a arrecadação das propinas, que eram levadas diretamente ao então presidente do PT, José Dirceu.
Os delegados deixaram claro que nunca tiveram conhecimento da existência do dossiê, e que a documentação jamais chegou às mãos da polícia paulista. Eles também negaram qualquer envolvimento de Klinger, Ronan e do Sombra no assassinato de Celso Daniel, bem como estranharam a reabertura do inquérito pelo Ministério Público de São Paulo, sob a alegação de que o assassinato poderia ser de ordem política.
As informações e a foto são da Agência Senado.







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