Eduardo Campos diz que Dirceu não interferiu em nomeações

Em depoimento encerrado há pouco no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o deputado Eduardo Campos (PSB-PE) disse que, durante a gestão dele no Ministério da Ciência e Tecnologia, não houve interferência do então ministro José Dirceu e dos então dirigentes do PT Delúbio Soares e Sílvio Pereira na escolha de nomes para ocupar cargos. Em resposta ao deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), ele disse ainda que, quer como ministro quer como líder do PSB, nunca participou de reuniões em que Delúbio e Sílvio estivessem presentes.
O deputado Chico Alencar (PT-RJ) perguntou se, enquanto ministro, Campos teria ouvido denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre a existência do suposto "mensalão". Ele negou. À deputada Ann Pontes (PMDB-PA), que indagou sobre as contas de Marcos Valério Fernandes de Souza nos bancos Rural e BMG, a testemunha disse que nunca tinha ouvido falar do assunto.
Surpresa com escolha
Em seu depoimento, Campos revelou-se surpreso com a indicação de seu nome como testemunha no processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). Em resposta ao deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), ele disse não saber o motivo pelo qual Dirceu o indicou, mas especulou que a escolha poderia ser atribuída ao fato de ter sido líder do PSB, integrante do ministério e parlamentar da base aliada. "Seja como for, estou aqui para ajudar no trabalho do conselho", disse.
A reunião do conselho foi suspensa há instantes. Daqui a pouco, será retomada para o depoimento da terceira testemunha de defesa de José Dirceu: o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
As informações são da Agência Câmara.