Líder diz que Lula não acompanhava detalhes da campanha

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse há pouco no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acompanhava todos os detalhes de sua campanha eleitoral por falta de tempo, embora saiba de tudo o que se passa no governo. "Ele delega, mas acompanha tudo", disse. A afirmação, feita em resposta ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pretende isentar o presidente de envolvimento na parte financeira da campanha.
Poucos e ruins
Chinaglia, que depõe neste momento como testemunha de defesa do deputado José Dirceu (PT-SP), disse não ter "elementos de convicção" de que o ex-ministro da Casa Civil sabia das operações promovidas pelos dirigentes do PT e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do "mensalão". Para ele, as informações sobre o assunto eram restritas. "Essa era uma operação de poucos e ruins. O fato de defendermos coisas boas não nos torna pessoas boas."
Durante o depoimento, o deputado Nelson Trad (PMDB-MS) comparou a política de alianças do PT a "um tipo de amor remunerado". Chinaglia reagiu e negou que tenha havido remuneração dos aliados do governo. Segundo ele, mesmo nos partidos acusados de terem se beneficiado do esquema, poucos são os que teriam tido acesso à movimentação. "Fomos todos surpreendidos por essa operação inaceitável", disse, referindo-se aos supostos empréstimos para financiamento de campanhas eleitorais. "Até hoje não tenho certeza da dívida do PT", complementou.
O depoimento prossegue no plenário 14.
As informações são da Agência Câmara.