Veja: A história de uma tragédia política
Da utopia ao caos
Como o PT forjou sua derrocada: do nascimento apoiado no equivoco socialista e no mito do líder operário ao esfacelamento de seu patrimônio ético e à chegada ao banco dos réus
Marcelo Carneiro e Juliana Linhares
O Partido dos Trabalhadores elege neste domingo o grupo que irá determinar os rumos da agremiação nos próximos cinco anos (se é que o PT durará tanto). Da disputa – da qual sairão os nomes dos presidentes dos diretórios nacional, estadual e municipal – participam, além do candidato do Campo Majoritário, o grupo liderado pelo ex-ministro José Dirceu que tenta se manter no poder, nove correntes da esquerda do partido. A última eleição desse tipo no PT ocorreu em 2000. Naquele ano, vencê-la significava conquistar o controle de uma formidável máquina partidária com 1 milhão de filiados e um caixa azul como céu de brigadeiro. O PT tinha então 187 prefeituras, reputação de "partido ético" e chances reais de conquistar pela primeira vez a Presidência da República. Hoje, a situação é bem diferente. A dívida oficial da legenda é de 20 milhões de reais, seus principais dirigentes estão sentados no banco dos réus das CPIs, ameaçados de cassação, e as perspectivas para as eleições de 2006 são, na mais otimista das hipóteses, dramáticas. A cientista política Lúcia Hipólito estima que as bancadas do partido na Câmara dos Deputados e nas assembléias legislativas dos estados devam minguar em, pelo menos, um terço.
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Comentário do blog: O Brasil não será uma democracia plena enquanto não contar com partidos políticos fortes e estabelecidos. Nesse breve período de democracia que vivemos, desde a "eleição" de Tancredo Neves, ainda com a vigência do Colégio Eleitoral - eleição indireta feita no Congresso para escolher os presidentes da República - podemos observar fatos positivos e negativos na política.
No caso específico de um partido político - não interessa o seu nome nem a sua ideologia - legalmente registrado no Tribunal Superior Eleitoral, é bom lembrar que a constatação de erros e equívocos e até mesmo crimes, praticados por alguns integrantes, e não pela maioria, não pode ser a justificativa para que ele acabe de vez.
Quanto mais partidos solidamente alicerçados o Brasil tiver, melhor para a democracia.
No caso específico do PT, as "frutas estragadas" devem ser retiradas, para que as boas sejam protegidas e possam prosperar daqui para a frente. Não se pode jogar toda uma história de lutas na vala comum da corrupção que possa ter sido praticada por uma minoria.
Não sou filiado ao PT, mas tenho muitos amigos no partido. Pessoas boas e honradas, que jamais participaram de maracutaias. Essas, merecem respeito e admiração.
Viva a democracia. Vamos fortalecer, dentro da legalidade, os partidos políticos.
Viva o Brasil. Viva o nosso povo trabalhador e honesto, maioria absoluta.
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