Artigo de Adilson Luiz Gonçalves: 11.000 gols
11.000 GOLS!
Por Adilson Luiz Gonçalves (*)
Se tomássemos como padrão o grito de gol dos grandes narradores de rádio, 11 mil gols corresponderiam a, aproximadamente, 220.000 segundos, sem contar complementos do tipo: “E que golaço!”. Bem, isso corresponde a 3.666,666... minutos: uma dízima periódica, como periódicos são os gols do Santos FC; ou 61,111... horas, outra dízima. Dessa espantosa cifra vem outra: cerca de 10% deles foram marcados pelo maior jogador de futebol de todos os tempos: o também camisa 10, Pelé!
Nada mal para um time que surgiu numa, então, pequena cidade litorânea, portuária, nos idos de 1912. Uma agremiação que quase foi batizada com o nome de um continente: África; mas, seus fundadores optaram pelo nome da própria cidade, ganhando, por tabela, no melhor estilo Pelé-Coutinho, a benção de todos os santos! Do “continente negro” ficaram: uma das cores do uniforme, e um extenso rol de alguns dos maiores craques da história do futebol mundial.
11 mil gols! É uma média de quase 120 gols por ano! Coisa de sonho, quase milagrosa, de quem faz jus ao nome que tem!
Mas, de onde veio essa sina?
Será do porto, que leva e traz sonhos? É quase certo que sim, pois, o alvinegro embarcou num sonho, que a brisa marítima se encarregou de levar, “por mares nunca d’antes navegados” da glória do esporte. Assim, quebrou a hegemonia dos clubes de capitais, e, passando do sonho à magia, conheceu os quatro cantos do mundo, dentro dos quatro cantos do gramado. E tudo com técnica e disciplina, como diz seu hino, apesar de um ou outro deslize. Afinal, ninguém é “santo”, mesmo sendo Santos...
Talvez seja da pesca, pois, se “futebol é bola na rede!”, um bom “pescador”, que conhece os segredos do “oceano”, já tem meio caminho andado para enchê-la, também, de gols, sob um mar de bandeiras, tremulantes! E por falar em mar: O Santos, no auge da “Era Pelé”, virou “Baleia”; depois, virou “Peixe”, sem, no entanto, perder a grandeza, apesar do esforço dos “prejudicados” que, de tempos em tempos, desde 1974, insistem em proclamar, “festivamente”, que ele acabou... Só que eles esquecem que a “Era Pelé” não foi só do Santos FC, mas de todo o Brasil! A “Era Pelé”, com o Santos como uma das bases da Seleção Nacional, rendeu os títulos de 1958, 1962 e 1970! Isso não foi, apenas, coincidência, foi?
11 mil gols! É gol que não acaba mais!
É gol de um time tão democrático e cosmopolita que, mesmo sendo Santos, teve artilheiros como: Feitiço e Pagão! Time que parou guerra, mas também teve seus “guerreiros”!
Tem gente que vai dizer que as contas estão erradas, que teve jogo anulado, que contar gol é “viver de passado”... Para esses vale uma pergunta: Tá perto dessa marca? E uma recomendação: - Procure um bom ortopedista! Com um pouco de sorte, dor-de-cotovelo tem cura!
Brincadeiras à parte, um time que chega a essa impressionante marca não deve ser motivo de comemoração apenas para os seus torcedores.
Parabéns, Santos FC, por mais uma conquista, que reafirma o futebol brasileiro como estrela de primeira grandeza do esporte mais popular do mundo!
Parabéns futebol brasileiro!
(*) Adilson Luiz Gonçalves
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário, Articulista e Cronista
Autor do livro: "Sobre Almas e Pilhas", Editora: Espaço do Autor
algbr@ig.com.br
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Tels: (13) 97723538
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