CPMI aprova ampla quebra de sigilo de 14 fundos de pensão
Agência Câmara)
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios aprovou, na reunião encerrada há pouco, 94 requerimentos, entre eles a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de 14 fundos de pensão e 30 corretoras de valores. Tiveram sigilo quebrado hoje a Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Geap (Fundação de Seguridade Social), Real Grandeza (Furnas), Centros (Banco Central), Eletros (Eletrobrás), Serpros (Serpro), Postalis (Correios), Portus (da antiga Portobrás), Previ (Banco do Brasil), Sistel (trabalhadores em telecomunicações), Nucleos (Eletronuclear), Refer (ferroviários) e Prece (Cedae, a companhia estadual de água do Rio).
Os parlamentares já haviam aprovado antes a quebra de sigilo dos fundos, mas somente para aplicações ligadas ao Banco Rural e ao BMG. Os pedidos de hoje cobrem investimentos em geral, independentemente da instituição financeira. Os requerimentos foram feitos pelo sub-relator de Fundos de Pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
Resseguros
A CPMI também aprovou a quebra de sigilo de pessoas e empresas relacionadas à investigação conduzida pela sub-relatoria do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Entre elas, está a Companhia Fiação e Tecidos Guaratinguetá. De acordo com o sub-relator do IRB, deputado Carlos Willian (PMDB-MG), o instituto pagou indevidamente R$ 15 milhões em relação a um sinistro, por meio de acordo entre as corretoras de seguros, a empresa e o IRB.
Caixa dois
Os parlamentares aprovaram ainda pedido de informações às autoridades norte-americanas competentes sobre dados financeiros "relativos a atos de corrupção política estrangeira e lavagem internacional de dinheiro". O objetivo é obter documentos sobre a movimentação bancária do publicitário Duda Mendonça, que recebeu recursos de caixa dois do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
A promotoria de Nova Iorque resiste em fornecer as informações por temer o vazamento dos dados. O sub-relator de Movimentação Financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), e a senadora Ideli Salvati (PT-SC) viajarão nesta semana aos Estados Unidos para tentar obter a documentação.
A CPMI voltará a se reunir na quinta-feira (27), às 10h30 (horário de Brasília).
As informações são da Agência Câmara.
Reportagem - Mônica Montenegro
Edição - Francisco Brandão
Comentário do blog: O semblante do senador corumbaense e boa-praça Delcídio Amaral (PT-MS) é o de uma pesoa extremamente preocupada, tensa, talvez imaginando o que está por vir. Desde o início dos trabalhos da CPMI dos Correios, que ele preside, tenho comentado aqui no blog as expressões faciais do meu conterrâneo. Na semana passada, vi uma imagem dele chorando na televisão.
Como diria o meu colega Washington Rodrigues, o "Apolinho", nos tempos da Globo Rio: "Esta é uma briga de cachorro grande!"
As pressões devem ser, ou melhor, são indescritíveis, caro leitor. Nesses momentos, quando vespeiros antigos são iluminados pelos holofotes potentes de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e pela imprensa, todo cuidado é pouco.
Não só a vida pública dos políticos envolvidos é levantada pelas pessoas e grupos envolvidos nos escândalos mas, também, a vida privada.
Guardadas as proporções, claro, pude sentir isso tudo quando comecei a denunciar o narcotráfico na fronteira do Brasil com a Bolívia, em 10 de abril de 1990. Nesses casos, não temos o direito de ter "rabo preso" com ninguém.
As minhas maiores preocupações eram com a segurança da minha família, especialmente da minha mulher. Por isso, optamos por uma vida de clausura, evitando locais públicos. Neles, as provocações eram diárias, na tentativa de forçar um confronto no qual eu passaria da posição de agredido por denunciar o narcotráfico e maracutaias na política para a de agressor.
Acompanho as expressões passadas pelo rosto do jovem senador Delcídio Amaral. Tomara que eu esteja enganado. Sinceramente!
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