Ombudsman da Folha de S.Paulo vê parcialidade da mídia pró-tucanos
Em sua coluna publicada no último domingo (23), o jornalista Marcelo Beraba, ombudsman da Folha de S. Paulo, criticou a pouca visibilidade que os principais jornais do país deram ao depoimento de Cláudio Mourão - tesoureiro da campanha do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, ao governo de Minas Gerais, em 1998 - na CPI dos Correios. Mourão confirmou o uso de caixa dois e de recursos de Marcos Valério no financiamento da campanha eleitoral do PSDB de Minas, em 1998 e depôs na semana passada.
O tratamento dado pela Folha ao assunto pode ser interpretado como atitude de favorecimento do jornal aos tucanos. Na avaliação de Beraba, o jornal não pode entrar no jogo político dos partidos. "Deve procurar expor com a mesma visibilidade e rigor crítico as mazelas de todos eles. Tem hora que não basta se pretender isento", argumenta o jornalista.
Segundo ele, "a Folha reconhece com relativa facilidade os erros de informação que comete. Mas tem uma grande dificuldade para admitir os erros de edição que colocam em xeque a sua imparcialidade".
Ainda segundo o ombudsman da Folha, "embora os jornais não possam perder o foco nas irregularidades e nos crimes cometidos neste governo e nesta legislatura, é evidente que não podem ignorar e deixar de tratar com igual rigor as irregularidades e os crimes cometidos por outros governos, por outros partidos e em outros períodos".
A secretária de Redação da área de edição da Folha, Suzana Singer, discordou da avaliação de Beraba. Para ela, o depoimento de Mourão apenas reafirmou à CPI o que ele já havia dito antes e não representaria, portanto, grande novidade. O ombudsman rebateu esse argumento: "é bom lembrar que, em diversas ocasiões ao longo da crise política que vem desde maio, a Folha considerou válido destacar, inclusive em manchetes, fatos, acusações e declarações já publicados".
Fonte: Site Vermelho (www.vermelho.org.br)
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