Em entrevista, Freire diz que PPS vai impedir pizza no Congresso
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, aborda, em entrevista ao Portal, vários temas palpitantes no cenário político nacional. Da eleição de Aldo Rebelo para a Câmara, passando pela corrupção, "pizza" e reforma política, o deputado deixa claro as suas posições, sempre em defesa da apuração das denúncias e punição dos culpados. Confira a entrevista abaixo.
Deputado, qual a sua avaliação desses primeiros dias do deputado Aldo Rebelo na presidência da Câmara?
Roberto Freire - Eu não acredito que a Mesa Diretora, como um todo, aceite a posição defendida pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo, de arquivar os processos contra parlamentares envolvidos em denúncais de corrupção que julgar como ineptos. Eu não creio que isso aconteça, mas não custa nada nos prevenirmos. Eu costumo dizer que devemos ficar sempre alertas, até para rechaçar qualquer tipo de tentativa. Veja só o perigo que nós estamos correndo. Alguns imaginavam que a eleição de Aldo era imporante até porque ele era representante da esquerda. Só que na prática ele representa um governo que não teve nenhum pejo em cometer todo tipo de arbitrariedade para evitar a apuração das denúncias de corrupção. E o pior: continuam na mesma postura! Chegam a um ponto de cometer o despautério de o presidente da Repúblia, Luiz Inácio Lula da Silva, vir a público e dizer que atualmente o que mais existe no Brasil é denuncismo. Não senhor! O que existe neste país é corrupção, sim. Isto já está comprovado. Lula parece que se esquece que alguém foi preso porque estava com a cueca cheia de dólares! Isso é mentira ou já se esqueceram? O presidente fica falando como se não tivesse sido flagrado um Land Rover escondido numa garagem de um secretário do Partido dos Trabalhadores (Silvio Pereira), que, mesmo não sendo integrante do governo, vivia fazendo tráfico de influência nas hostes palacianas. E vem o presidente sugerir que as denúncias são vazias. Por isso é que falo que a gente tem que tomar muito cuidado, porque esse tipo de atitude só pode gerar impunidade. É por isso que estou exigindo que o presidente da Câmara se posicione muito claramente sobre a questão.
O senhor teme que esses processos contra os 16 prlamentares acabem em pizza?Freire - Há um exemplo bem evidente. A sociedade brasileira ficou muito preocupada quando o ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, defendeu penas brandas para os parlamentares acusados. Olha, todo mundo gritou contra isso. Na ocasião, o Aldo Rebelo disse que não havia mensalão. Olha só o perigo que corremos: o atual presidente (Rebelo) disse que não há nenhum ilícito ou irregularidade e o ex pedia penas brandas para os acusados. É um perigo que esse tipo de defesa fique por aí! Olha, o PPS está alertando a sociedade para o que o governo do PT, Lula e seus aliados vinculados à corrupção e ao mensalão estão praticando no Brasil. É mais uma tentativa para impedir que não haja a apuração e a punição dos crimes praticados contra os cofres públicos. É dinheiro do povo brasileiro que está sendo desviado para o projeto político de Lula e de seus aliados. Com esse posicionamento, como diz o povo em sua sabedoria, vamos evitar que tudo isso vire pizza.
Deputado, como o senhor vê essa tentativa de ampliar o prazo para fazer a reforma política?
Freire - Eu acho que a essa altura isso não vai adiantar coisa alguma. Essa tentativa poderá ser interpretada como um mero casuísmo ou oportunismo. Não creio que nós possamos mudar mais nada, salvo aquilo que faça parte de uma resolução e de uma interpretação...
Então, nada de discussão sobre a redução da cláusula de barreira?
Freire - Claro que não. Olha, eu sou contra à clausula de barreira. É um método antidemocrático e um obstáculo que não existe mais nos sistemas políticos mais avançados. Eu quero que dizer nós do PPS não estamos preocupados com isso. Podem botar cláusula de barreira de 5 por cento que nó vamos superá-la.
As próximas eleições vão depurar a Câmara dos Deputados?
Freire - Seria bom que a cidadania começasse, a partir de agora, a fazer a seguinte reflexão: em quem foi que eu votei em 2002? Onde está o deputado que eu elegi nesse processo de corrupção? Ele está na lista do mensalão? Está na CPI procurando investigar toda essa corrupção? Ou será que ele está naqueles partidos envolvidos na bandalheira, a começar pelo PT, partido do presidente da República? Todo esse quadro merece a reflexão da população, que se agir assim, vamos ver se em 2006 um voto mais qualificado. Se isso acontecer, sem dúvida alguma vamos melhorar a representação e iremos tirar essa triste página do mensalão de nossa história.
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