Santos diz que não sabia da origem do dinheiro de Valério

O ex-presidente da Casa da Moeda, Manoel Severino dos Santos, que admitiu a participação indireta no saque de R$ 100 mil provenientes de conta do empresário Marcos Valério de Souza, disse há pouco que não sabia que os recursos tinham origem em empréstimos do empresário ao PT. No depoimento encerrado há pouco, Santos negou várias vezes ter sacado pessoalmente dinheiro das contas de Marcos Valério, como consta na lista apresentada pelo empresário às CPMIs. O ex-presidente da Casa da Moeda aparece como sacador de R$ 2,6 milhões.
Santos sustentou a versão mesmo quando o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) o questionou por que os saques que constam em seu nome são idênticos à prestação de contas da campanha de Benedita da Silva ao governo do Rio, em 2002. "Não sei como meu nome apareceu nessa lista", disse Santos.
Contradição
O ex-presidente da Casa da Moeda caiu em contradição no final do depoimento, quando disse que só manteve encontros com Marcos Valério na Casa da Moeda em horários fora do expediente de trabalho. Sua agenda, porém, mostra que teve pelo menos dois encontros no expediente normal - um às 9h30 e outro às 16 horas (horários de Brasília).
Agenda
Amanhã, a CPMI da Compra de Votos fará uma reunião administrativa, às 10 horas. Às 11h30, deve ouvir o secretário de governo da Prefeitura de Uberaba, José Luiz Alves, que foi diretor financeiro do Ministério dos Transportes na gestão de Anderson Adauto. José Luiz foi indiciado pela Polícia Federal por crime financeiro e lavagem de dinheiro nas investigações sobre o pagamento de "mensalão" a parlamentares. Ele é apontado como responsável por saques no valor de R$ 1 milhão das contas do empresário Marcos Valério de junho de 2003 a janeiro de 2004, cujo beneficiário seria o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL).
As informações são da Agência Câmara.