A urucubaca do presidente
A urucubaca do presidente
Por Deonísio Silva
Na semana passada, o presidente Lula utilizou a palavra urucubaca para dizer que a oposição torce para as coisas não darem certo. Tendo na cabeça um capacete de operário, que alternou com um quepe de capitão, inseriu em sua fala versos atribuídos a Fernando Pessoa ou a Caetano Veloso, conforme a cultura de quem os cita: ''Navegar é preciso, viver não é preciso''.
Urucubaca vem de urubu. Urubu voando por perto é sinal de desgraça, de que há cadáveres nas redondezas. Para os índios, o aviso de sinistro na língua tupi era ''uru'', ave, e ''wu'', negro. Ou ''y-re-bur'', fedorento.
Quando surgiu, em 1918, durante a gripe espanhola, era pronunciada ''urubucaca'', mas consolidou-se como urucubaca, designando a mesma coisa: azar, má sorte, ziquizira. Também um tecido quadriculado, em preto e branco, é conhecido por urucubaca, por ser utilizado na fabricação de mortalhas.
Já os versos dos navegadores antigos foram registrados por Plutarco e teriam sido pronunciados por Pompeu, no século I a.C., conclamando marinheiros a zarpar com navios carregados de alimentos, mesmo em meio a uma tempestade, porque havia muita fome em Roma.
O presidente Lula estava em Niterói quando reclamou de urucubaca. Seu objetivo era faturar politicamente a construção de 42 petroleiros da Petrobras. A licitação tinha acabado de sair.
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