Ao assumir caixa 2, aliado de Lula pode ser preso
Brasília (9 de novembro) - Para a deputada Zulaiê Cobra (SP), o ex-ministro dos Transportes e prefeito de Uberaba (MG), Anderson Adauto, confessou pelo menos três crimes durante depoimento, nesta quarta-feira, na CPI do Mensalão: de corrupção passiva, de improbidade administrativa e eleitoral. "O ex-ministro de Lula será investigado pelo Ministério Público e pode ser cassado, processado e ir para a cadeia", avaliou a parlamentar. O aliado do Planalto assumiu que usou caixa dois nas nove campanhas eleitorais que já disputou.
CONTRADIÇÃO
Adauto confirmou ter recebido, quando ainda era ministro, R$ 410 mil de Marcos Valério para pagar despesas de campanha, dinheiro que não foi contabilizado na Justiça Eleitoral. No entanto, os cálculos do ex-auxiliar do presidente Lula podem estar subfaturados. O ex-tesoreiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério já haviam afirmado à CPI que a doação foi de pelo menos R$ 1 milhão. O saque de R$ 410 mil foi feito por José Luiz Alves, secretário de governo da Prefeitura de Uberaba, na época chefe de gabinete do então ministro. "Existe uma grande contradição que fez sumir R$ 590 mil", observou o deputado Júlio Redecker (RS), também integrante do colegiado.
Assim como Zulaiê, o parlamentar também considera que Adauto deve ser indiciado por corrupção passiva. "De acordo com o artigo 317 do Código Penal, funcionário público não pode receber qualquer tipo de doação", argumentou Redecker. Na opinião do tucano, há também grande possibilidade de o ex-ministro do governo Lula ter se aproveitado do relacionamento com fornecedores do ministério para quitar antigas dívidas de campanha. "Com certeza, pode ser feita a ilação, visto que ele manipulou um dos maiores orçamentos da República", destacou. O ex-ministro dos Transportes admitiu ter recebido o empresário Marcos Valério para discutir o contrato de publicidade da pasta com a agência do acusado de ser o operador do mensalão.
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