Relatório final deve propor pelo menos 100 indiciamentos
O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios deve ter pelo menos 100 pedidos de indiciamento. A conta foi feita pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), nesta manhã. Em manifestações anteriores, o deputado havia chegado a falar em 50 pedidos em dois ou três processos investigados. Como agora são quase 40 processos, ele calcula a expectativa de aumento.
- Estamos examinando mais de 40 processos. Se em cada um houver dois ou três [pedidos de indiciamento], o número de pedidos de indiciamento vai passar de 100, isso é evidente. Então, não é uma questão de o relator anunciar que vai haver mais de uma centena, isso é uma conseqüência natural da investigação - ponderou.
A divulgação de documento com uma "prestação de contas", na próxima quarta-feira (21), contendo o que foi descoberto pela CPI até agora, foi reafirmada pelo relator. Ele desistiu de pedir nesse documento indiciamento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, como anunciou esta semana. Serraglio também disse que as atividades da CPI devem ser concluídas em fevereiro, com exceção do trabalho da sub-relatoria de Fundos de Pensão.
O relator destacou que a função da CPI não é apenas pedir o indiciamento dos investigados, mas promover mudanças, propor soluções para que o "fato investigado não se repita", como irregularidades no sistema eleitoral, no Instituto de Resseguros do Brasil, ou em licitações.
- Teremos que desenhar uma proposta que venha impedir caixa dois, prevendo uma punição grave, rígida, na esteira do que o Tribunal Superior Eleitoral está apresentando; mudar as regras de fiscalização sobre lavagem de dinheiro, enfim, mazelas que precisam ser dificultadas - explicou.
A parte burocrática da CPI, com a análise de documentos, disse Serraglio, continuará funcionando "a todo vapor" no recesso. Já a realização de audiências e a votação de requerimentos dependerão do funcionamento do Congresso.
As informações são de Elina Rodrigues, repórter da Agência Senado.
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