MP faz busca e apreensão de documentos e empresário confessa supostas maracutaias em período de enchente e na merenda escolar
Saco para acondicionar lixo, com 100 litros de capacidade; Prefeitura diz ter comprado 2.500 kg e empresário nega |
Uma nota fiscal, no valor de R$ 21 mil, foi emitida em 2011, depois da grande enchente que atingiu Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande [Veja e leia mais detalhes, com fotos, sobre a enchente de 2010, um ano antes de 2011, AQUI: http://aanache.blogspot.com.br/2010/01/mais-de-r-5-mi-e-o-prejuizo-causado.html#links]. Ela comprovaria a compra de duas toneladas e meia, ou 2.500 quilos, de sacos plásticos para colocação de lixo, cada um com capacidade para 100 litros. [Em 23 Out 2013, alertado pela antiga e mais confiável fonte , o "Papagaio Falador", o Blog do Armando Anache publicou notícia que, hoje, comprova a investigação que estava em andamento e que o leitor vê e lê clicando AQUI: http://aanache.blogspot.com.br/2013/10/duas-toneladas-e-meia-de-sacos-para-lixo.html#links]
Depois do cumprimento de mandados de busca e apreensão, solicitados pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul e deferidos pela Justiça da Comarca de Aquidauana, centenas de documentos foram retirados da casa do empresário João Baié de Lucena e do Supermercado Caçapava, principalmente deste último.
O empresário, depois de tomar conhecimento de toda a apreensão -um desdobramento da Operação Parajás, realizada pelo GAECO, em 27 de setembro de 2012, na Prefeitura de Aquidauana e na casa de funcionários de carreira e integrantes do Governo Fauzi Suleiman, com a prisão de cinco pessoas [Veja e leia mais detalhes, clicando AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=90323 e AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=90497]-, acabou confessando, durante depoimento prestado na quinta-feira (12), das 14h às 18h, que não vendeu o total citado acima, de 2.500 kg (ou duas toneladas e meia) de sacos plásticos pretos para colocação de lixo. Segundo o depoimento, assinado pelo empresário Baié de Lucena, a diferença entre o que realmente foi fornecido e as duas toneladas e meia, foi completada com outros tipos de produtos que, no momento do depoimento, ele não soube especificar.
Para o Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, conforme informa a fonte do Blog do Armando Anache desde 1990, o "Papagaio Falador", essa operação caracteriza o "desvio de finalidade" da verba usada pela Prefeitura de Aquidauana, comandada naquele ano de 2011 pelo prefeito Fauzi Suleiman (PMDB), que seria reeleito mas não assumiria o cargo, por ter sido condenado pela Justiça Eleitoral [Veja e leia mais detalhes, clicando AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=92337]. Antes disso, Suleiman já havia sido afastado por três vezes consecutivas da Prefeitura de Aquidauana, acusado de supostas irregularidades administrativas, denunciadas pelo vereador Wezer Lucarelli (PROS) e acatadas pelo Ministério Público e pela Justiça.
Outra suposta irregularidade, confessada pelo empresário e dono do Supermercado Caçapava, é relacionada com a merenda escolar do município de Aquidauana, administrada pela Prefeitura e cujo ordenador de despesas era o então prefeito Fauzi Suleiman. Segundo confessou e assumiu João Baié de Lucena, funcionários da Prefeitura iam até o supermercado e, ali, munidos de requisições de produtos integrantes da merenda escolar -itens que haviam sido ganhos, em licitação pública, pelo Supermercado Caçapava-, adquiriam produtos diversos e que enchiam os carrinhos de compras particulares dessas pessoas. No fim do mês, produtos comprados por esses funcionários, e que nada tinham a ver com a merenda escolar, eram cobrados da Prefeitura de Aquidauana, como se fossem itens usados para a alimentação das criancinhas nas escolas públicas do município.
Segundo informa a fonte mais confiável do Blog do Armando Anache, o "Papagaio Falador", na ativa desde 1990 na luta contra o narcotráfico, não resta dúvida de que o dinheiro do povo de Aquidauana, que deveria ser usado para encher os pratos das crianças das escolas públicas municipais, era usado indevidamente por essa meia dúzia de altos funcionários do Governo Fauzi Suleiman, em proveito próprio e, talvez, das suas famílias, também supostamente beneficiadas pelas compras domésticas no Caçapava.
Interrogado durante quatro horas pelo Ministério Público, depois de se apresentar espontaneamente na tarde da quinta-feira (12), João Baié de Lucena confessou tudo, não negando que agiu de forma errada ou equivocada e que, por isso, assumia os atos praticados. Ele assinou a sua própria confissão, garantindo que esses seis funcionários do "alto escalão da Prefeitura" compareciam ao seu supermercado, com requisições para a retirada de produtos constantes na relação destinada à merenda escolar e, no entanto, adquiriam outros produtos, totalmente diferentes daqueles destinados às crianças das escolas.
Segundo informa ao Blog do Armando Anache o "Papagaio Falador", advogados ouvidos garantiram que não resta duvida -salvo melhor juízo dos mais doutos- de que foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, desvio de recurso público e improbidade administrativa. O ex-prefeito (2009-2012) Fauzi Suleiman (PMDB) poderá ser envolvido nesse inquérito, caso fique comprovado que ele tinha conhecimento dessa operação ilegal e relacionada com a merenda escolar das criancinhas das escolas municipais de Aquidauana.
O "Papagaio Falador", que voava baixo nas imediações do Supermercado Caçapava, nesta quinta-feira (12), informa ao Blog do Armando Anache que os dois promotores de Aquidauana, José Maurício de Albuquerque e Antenor Ferreira de Rezende Neto, foram vistos por volta das 8h, acompanhados de quatro policiais -dois militares e dois civis, em trajes descaracterizados e garantindo a segurança de toda a operação-, entrando no estabelecimento comercial, alvo dos mandados de busca e apreensão, concedidos pela Justiça da Comarca. Centenas de documentos foram apreendidos pelas autoridades do Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, para futura avaliação e utilização como provas, na Operação Parajás.
O Blog do Armando Anache apurou, por meio do mesmo "Papagaio Falador", que apenas a denúncia do Ministério Público, no tocante ao escândalo dos combustíveis e lubrificantes, usados durante a gestão do então prefeito Fauzi Suleiman, já contém 200 páginas. Esse "escândalo dos combustíveis" -como ficou conhecido em toda a região- foi, também, alvo de denúncia do vereador Wezer Lucarelli (PROS) ao Ministério Público, pois a Prefeitura se recusava a fornecer as informações solicitadas pelo parlamentar. Na época, as negativas em fornecer os documentos solicitados pela Câmara de Vereadores e pelo Ministério Público, culminaram com a prisão do então prefeito Suleiman, por meio de determinação da Justiça local [Leia e veja mais detalhes, clicando AQUI: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=88882].
Voando próximo da sede do Ministério Público de Aquidauana, em frente ao 1.º Distrito Policial e Delegacia Regional de Polícia Civil, o "Papagio Falador" informa ao Blog do Armando Anache que pode ouvir o seguinte comentário: "Enganam-se aquelas pessoas que pensam que a Operação Parajás terminou ou não vai dar em nada; ao contrário, são muitos fatos, milhares de documentos analisados, centenas de depoimentos tomados e assinados pelos ouvidos, testemunhas e indiciados, além de papeis em geral que são minuciosamente estudados pela equipe do Ministério Público e que, em um futuro muito breve, serão levados e denunciados formalmente à Justiça de Aquidauana, fazendo com que 'muitas máscaras caiam', definitivamente e, de forma muito clara, mostrando as irregularidades apuradas."
O empresário João Baié de Lucena não foi encontrado pelo Blog do Armando Anache -que deixa espaço aberto para a sua manifestação-, para falar a respeito do seu depoimento dado, na tarde desta quinta-feira (12), ao Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul.
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