"Meu amigo, lá é que estão os quadrilheiros!"

A frase acima eu ouvi de um político daqui do Mato Grosso do Sul, com origem no movimento sindical.
"Armandinho, você não viu nada. Lá é que estão os verdadeiros quadrilheiros, usando paletó e gravata!". Assim me disse, num misto de surpresa e indignação, esse amigo que eu sempre entrevistava ao vivo no Programa Debates Populares, na Rádio Clube de Corumbá, quando chegava acompanhando o então ainda desconhecido deputado estadual eleito recentemente, em 1990, pelo PT de Mato Grosso do Sul.
Eu realizava, no ar, uma campanha frontal contra as quadrilhas do narcotráfico que agiam e ainda atuam nas fronteiras.
Anos depois, ao chegar à Câmara dos Deputados, esse sindicalista - lembrando a frase de Lula sobre 'os 300 picaretas' - assim se referia a alguns dos seus integrantes.
Não me informou se eram mais ou menos que 300 "quadrilheiros". Mas a expressão usada foi a que reproduzi acima.
Se ele, tarimbado sindicalista, ficou espantado com o "modus operandi", ou modo de operar de alguns (seriam só "alguns"?) dos seus nobres colegas, como não ficaria o nosso povo ao tomar conhecimento de tudo o que se passa nos bastidores do poder ?
Bem, aí estão as denúncias sobre o suposto mensalão.
Essa coisa de "suposto" foi uma maneira encontrada por alguns jornais, para evitar processos a todo momento, pois no fim de tudo sempre "sobra" para nós, jornalistas, que apenas relatamos fatos.