Oposição está brincando com fogo, diz Dirceu
Estou no Estúdio A da Rádio Independente, no plantão de fim de semana.
O programa que está no ar é excelente, com músicas de primeiríssima qualidade. Ouvi há pouco o cantor e compositor Sérgio Reis.
Acabo de religar o ar condicionado e percebo que, lá fora, as coisas estão muito quentes, pois o Zé Dirceu diz que "a oposição brinca com fogo".
Ainda bem que os extintores aqui na Rádio Independente e na redação do Pantanal News estão com as cargas em dia.
Ou, como diria meu amigo paraguaio : "Que venga el toro, pero en forma de bife, señor!"
Diante de cerca de dois mil militantes, o ex-ministro José Dirceu fez um discurso inflamado, combativo e foi ao ataque ao defender o PT e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite desta sexta-feira (17). Ele alertou que a oposição, personificada no PSDB e no PFL, está “brincando com fogo” ao tentar manchar a história do PT.
“Estão tentando antecipar a eleição de 2006. Fazem pesquisa eleitoral depois de 30 dias de ataques ao governo. E perdem a pesquisa!”, falou, numa referëncia à pesquisa Datafolha que demonstra que não houve alteração na aprovação ao governo e que Lula seria reeleito se as eleições fossem hoje, contra qualquer candidato.O ministro, que anunciou sua demissão na quinta-feira (16) e vai retomar seu mandato de deputado, participou do ato em defesa do PT, que reuniu quase todos os ministros do presidente Lula na Casa de Portugal, no centro de São Paulo.Dirceu lembrou que os ataques mais ferozes contra o PT começaram depois que o Ministério Público e a Polícia Federal “entraram fundo” para investigar os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil, até então dirigidos por indicados do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). “Esse governo não rouba, não deixa roubar e combate o roubo. Vocês podem ter orgulho deste governo”, disse aos militantes petistas.
PerguntasDirceu disse que não é verdade o que vem se afirmando na imprensa sobre o envolvimento do PT com corrupção. “O que acontece é que o governo não é conivente nem compactuou com a tentativa de aparelhar órgãos públicos ou estatais para roubar, ou com descoberta de atos de improbidade administrativa”, declarou.
Para o ex-ministro, o que está em jogo não é a sua própia biografia ou imagem pessoal, mas a história do PT e o futuro do Brasil. “Tem que lembrar que nós sempre estivemos na bancada daqueles que lutam contra a corrupção nas ruas e nas CPIs”, falou, complementando que aqueles que hoje tentam atingir o PT estavam no banco dos réus, “pois estavam apoiando aqueles que roubaram e assaltaram o país”.
O ministro citou o projeto que norteia o governo Lula, fundado no equilíbrio fiscal, mas também no desenvolvimento, no crescimento econômico e nos investimentos em infra-estrutura. Dirceu perguntava que governo teria executado determinadas ações que mudam o rumo do planejamento nacional, ao que era respondido pela militância com um efusivo “Lula!”.
Entre estas menções, o ex-ministro questionou quando a Polícia Federal pegou tanto bandido do colarinho branco como agora, sob a coordenação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
O líder petista lembrou o papel importante da imprensa na formação de uma opinião pública democrática, embora tenha ressaltado que, nas acusações contra o PT, os reiterados erros jornalísticos revelariam uma partidarização dos meios de comunicação.
Ele citou reportagens que, logo após serem publicadas, foram desmentidas pelas supostas fontes. “Como fica a honra das pessoa que foram atingidas?”, perguntou. Dirceu foi particularmente enfático com o modo “mentiroso, desrespeitoso, preconceituoso e machista” com que a revista Veja vem tratando a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.
AlertasEntre as advertências feitas ao partido, Dirceu mencionou a necessidade de melhoria na relação interna e com os movimentos sociais. "Não vamos subestimar os nossos erros e a força da oposição, porque eles podem inverter a situação política do país e o apoio que nós temos na sociedade", disse Dirceu.
"Eu quero me colocar à disposição do PT para percorrer o Brasil, para fazer atos nas ruas, nas praças públicas, nas fábricas, nas escolas e nos assentamentos", disse ele. Ele considerou a possibilidade de convocar todas as forças político-sociais, tais como CUT, Contag e MST, para uma grande mobilização nacional não só para defender o governo, mas também discutir seus rumos.
Depois, enfatizou que faria isso não como deputado ou dirigente, mas como milintante. "Eu sou um de vocês. E nós somos o PT!", enfatizou.
Cezar Xavier, do Portal do PT
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